𝟏𝟖 | 𝐒𝐎𝐋𝐔𝐂̧𝐀̃𝐎

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FOI MINHA CULPA. Julia levou um tiro por minha culpa. Se eu não tivesse a mandado embora, ela nunca teria dado de cara com Leonardo. Ela provavelmente dormiria no meu quarto e alguém notaria a presença de um intruso vagando pelo hotel e pelo quarto que não era dele. As coisas tomariam um rumo totalmente diferente. Ele seria preso por porte de arma ilegal antes mesmo de conseguir encontrar a Julia.

Aquele filho de uma puta nunca teria a encontrado. Nunca teria conseguido o que queria. Nunca teria apertado a porra daquele gatilho.

E eu não precisaria estar aqui nesse hospital, rezando e esperando por uma resposta. Por qualquer palavra do médico que diga uma única coisa na qual preciso ouvir: ela vai sobreviver.

Se eu tivesse dito pra que ficasse comigo ontem quando eu tive a chance, Julia nem estaria aqui agora. Não teria sido machucada. Não teria sentido medo.

Tudo seria diferente se eu tivesse dito: fica comigo.

Eu só tinha que dizer isso, porra.

Mas eu não disse. Eu fiz o contrário, a mandei embora. E tudo isso aconteceu. Toda essa tragédia.

Julia levou um tiro, porra. Ela está na UTI. Ela que precisa lutar para sobreviver e se o pior aconteceu eu... eu não sei o que eu vou fazer pra lidar com isso. Já está doendo agora. Porra, eu não sei quando foi a última vez que eu me senti assim. O peito apertado. A cabeça vazia, perdida. A sensação de que tudo deu errado e que nada parece ser suficiente para mudar ou resolver o que aconteceu.

Está sendo difícil pra caralho.

Ergo a cabeça que estava abaixada e a pessoa ao meu lado se aproxima mais de mim. Andreia seca a lágrima que eu nem havia reparado que estava escorrendo pela minha bochecha e me oferece um sorriso fraco de consolo.

— A culpa não foi sua — ela diz como se estivesse lendo a minha mente. — Ouviu?

Assinto ao que diz, pressionando os lábios e abaixando a cabeça brevemente outra vez até alguém abrir a porta do quarto e adentrar o espaço.

— Você está de alta — diz meu pai, guardando o celular no bolso e me olhando. As olheiras estão escuras e chamativas. Ele e Andreia passaram a noite aqui comigo. Contei aos dois o que aconteceu e em detalhes. Contei o que sinto e o que Julia e eu temos. Eles me entenderam e estão tentando me oferecer conforto, mesmo que seja inútil. — Mas está afastado do próximo jogo.

O tiro que eu levei foi de raspão, bem perto do meu ombro. Se eu tivesse vacilado só um pouquinho, um tanto mais devagar, a bala teria me atingido em cheio e eu provavelmente estaria afastado do resto da Copa.

— Eu vou poder jogar só nas oitavas de final agora? — pergunto ao meu pai, só pra ter certeza.

— Como as oitavas são daqui uma semana e você só levou três pontos, já vai estar bem cicatrizado até lá. Ainda vai sentir dores, talvez precise jogar a base de remédios...

MAGNATA ━ richarlison (EM PAUSA)Onde histórias criam vida. Descubra agora