𝟎𝟔 | 𝐒𝐄𝐑𝐌𝐀̃𝐎

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𝙹𝚄𝙻𝙸𝙰𝟷𝟾 𝚍𝚎 𝙽𝚘𝚟𝚎𝚖𝚋𝚛𝚘𝚃𝚞𝚛𝚒𝚖/ 𝙸𝚝𝚊́𝚕𝚒𝚊

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𝙹𝚄𝙻𝙸𝙰
𝟷𝟾 𝚍𝚎 𝙽𝚘𝚟𝚎𝚖𝚋𝚛𝚘
𝚃𝚞𝚛𝚒𝚖/ 𝙸𝚝𝚊́𝚕𝚒𝚊

— EU NÃO QUERO MAIS SABER DESSE GAROTO NA SUA VIDA, JULIA — meu pai volta a me olhar, depois de finalmente estarmos sem o agressor naquele quarto na enfermaria, cruzando os braços sobre o peito e respirando fundo. — Se ele acha que pode encostar um dedo em você e não haverá consequências, ele está bem enganado. Vou assegurar que ele tenha uma devida punição.

— Adenor, não vamos agir na agressão.

Minha mãe tenta conter meu pai, mas nada que ela disser vai mudar o fato de eu estar com o olho cortado e inchado, e isso por culpa de um homem que meu pai confiou que cuidaria de mim. Ele nunca sequer sonhou que algo assim poderia acontecer. Nem eu.

Leonardo nunca foi agressivo comigo, não ao ponto de me jogar no chão, me machucar e nem se arrepender do que fez. Mas não posso mentir que ele não é estressadinho, ciumento e muito possessivo. A maioria dos nossos términos é por causa disso. Porque ele quer me controlar demais.

E ele sempre voltava pra mim meses depois com um grande pedido de desculpas. Que eu sempre aceitava pela carência e por gostar muito dele.

Mas hoje... hoje não foi uma briguinha besta por ciúmes.

Hoje ele me machucou. Provou que é capaz de me machucar não só mentalmente como fisicamente.

E pra isso não há perdão.

Meu pai tem todo o direito de sentir raiva, um homem bateu na filha dele, porra. Eu levei dois pontos no olho. Quem não sente raiva de quem me causou isso, é uma pessoa tão ruim de alma quanto quem me machucou.

Meu pai tem um único pensamento agora, se vingar do homem que machucou sua filhinha.

— Se ele não queria que eu agisse na agressão, que não partisse pra agressão logo de cara — avisa meu pai, sério.

— Não devemos ter esse pensamento.

— Pai 'tá certo, mãe — diz Matheus, olhando para nossa mãe. — Leonardo machucou a Julia. A gente tem que fazer alguma coisa.

— Seu pai quebrou o nariz dele, já 'tá bom.

— Já 'tá bom? — pergunta Gabrielle com a testa franzida em completa confusão pelas falas defensivas de minha mãe. Ela devia estar me defendendo e não o vagabundo que me machucou. — Mãe, olha como a Julia está. Leonardo causou isso.

— Ele com certeza teve um bom motivo pra isso.

— Só pode estar de brincadeira!? — Gabrielle bufa indignada de tudo que ouve.

Matheus fecha os olhos e evita olhar para nossa mãe. Decepcionado por ouvi-la falar tanta merda.

Meu pai continua sério, não prestando atenção no que conversamos porque está bolando um plano para ensinar uma lição a Leonardo. Ele sempre fica assim quando está concentrado.

MAGNATA ━ richarlison (EM PAUSA)Onde histórias criam vida. Descubra agora