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Passou o restante do dia atendendo outros clientes, como todos os outros dias em que você passava seu tempo por trás de uma mesa registrando nomes e mais nomes de clientes.

A mente perdida num par de olhos escuros e cansados.
Sabendo que seu professor e companhia já estavam devidamente hospedados, não teriam muitos motivos de se encontrarem.

O dia chegaria ao fim, novamente, sem muitas anormalidades.
Se levantou da cadeira relutantemente, sabendo que teria que pegar seu rumo até seu apartamento mediocre e simples.
Foi até a pequena sala dos funcionários se despedir dos colegas, e de alguma forma, esperançosa de se encontrar " acidentalmente " com seu professor de história em algum dos corredores.

Despediu-se de alguns colegas que estavam tomando café, e foi em direção ao elevador, para que pudesse finalmente ir para casa.
A grande porta metálica se abriu, revelando seu interior completamente vazio.
Entrou, se escorando na parede.

O elevador parou poucos andares antes de chegar ao térreo, abrindo suas portas e revelando uma figura alta e carrancuda que por acaso, dava aulas de história em certa universidade.

O coração errando as batidas quando seus olhos encontraram os de Kishibe.
Ele entrou no elevador silenciosamente, parando ao seu lado.

Um de seuss dedos calejados apertou o botão do andar 9, indicando que a grande " caixa " metálica subiria depois de chegar ao térreo.

Seus olhos brilhando em curiosidade, tentando desvendar o que se passava na mente do homem ao seu lado que não fazia questão alguma de disfarçar que estava te encarando.
Por outro lado, você se mantia ocupada desviando o olhar e timidamente evitando contato visual.

Embora você quisesse não se importar, não conseguiu não notar o quão bem ele ficava em roupas casuais.
Estava acostumada a vê-lo com calças de alfaiatria e casacos grandes e longos, classudos.

A visão de tê-lo ao seu lado usando uma calça moletom e uma blusa comum branca não passaria despercebida.

Kishibe limpou a garganta, finalmente desviando o olhar.

- Você sabe me dizer para aonde fica o bar?

Você o olhou de relance, apenas para encontra-lo olhando para os botões do elevador.
O clima era estranho.
Não necessáriamente desconfortável, mas estranho.

Se sentia como uma adolescente estúpida.
Sim, como uma adolescente estúpida e imatura.

Você sempre ouviu que adolescetes tinham alguma figura para serem seus " amores impossíveis ".
Talvez um ator, ou cantor, celebridades famosas num geral.
Infelizmente, não teve oportunidades de degustar tal paixão " impossível " com quaisquer figura pública.

Claro, você se sentia atraída por alguma ou outra figura famosa, mas nunca de fato teve algo que sequer fosse comparável a uma paixão ou algo assim.

Na faculdade então, se encontrou com seu ânsiado amor impossível.
Kishibe era sua celebridade particular.
Um segredo que só você saberia.

Você não seria capaz de calar seus pensamentos fantasiosos no momento em que estava sozinha com aquele em que você pecaminosamente desejava.

Balançou a cabeça em afirmação, buscando a melhor forma de transformar seus pensamentos bagunçados numa frase coerente.

- O bar se localiza no-

Colocou uma mecha de seus cabelos atrás da orelha, timidamente olhando lentamente para cima, em busca dos olhos cansados do seu professor de história.

- Ótimo, me leve até lá, sim?

A porta do elevador se abriu, revelando o estacionamento, lugar esse em que você tinha o hábito de passar todos os dias para pegar seu caminho até em casa.

DADDY ISSUES | KISHIBE !Onde histórias criam vida. Descubra agora