𝑪𝒖𝒂𝒕𝒓𝒐

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𝑺𝒏|𝑶𝒏

Eu acho que meu corpo mudou de lugar! Estou sentindo meu coração na minha cabeça e minha cabeça no meu coração.

Minha cabeça estava explodindo, meus olhos doíam e meu estômago se contorcia. Nunca tinha bebido na minha vida, minha primeira ressaca e eu sentia que iria morrer hoje mesmo.

Me sento na cama sentindo tudo ao meu lado girar. Se eu cair, do chão não passo.

─Aonde é que eu tô?─ Falo para mim mesma olhando ao redor do quarto vendo que não era o meu.

─Tá falando sozinha?─ Olho em direção a voz vendo um garoto dos cabelos escuros encostado na batente da porta.

─Falando com os mortos!─ Respondo vendo ele franzir a testa. ─Que lugar é esse?─ Pergunto o encarando.

─Minha casa.─ Fala simples.

─E por que eu estou na sua casa?─ Questiono de novo.

─Porque eu te trouxe.─ Ele responde.

─E por qual razão?─ Um interrogatório eu diria.

─Você estava embriagada falando nada com nada, eram exatamente três horas da manhã e você estava sozinha.

─Espera, eu dormi com você?─ Arregalo meus olhos preocupada.

─Não, eu dormi no outro quarto.─ Responde sentando na ponta da cama mantendo distância.

─Devo me preocupar?─ Pergunto sem o olhar.

─Não?─ Fala ele. ─Quer ajuda?─ Pergunta assim que vê eu tentando levantar.

─Não, eu consigo!─ Falo me levantando, assim que dou o primeiro passo, sinto tudo ao meu lado girar. Me sento novamente na cama fechando meus olhos.

─Vem.─ Diz me puxando pelos braços de uma vez.

─Ah que humilde olha só.─ Respondo irónicamente. ─ Quero ir ao banheiro.─ O informo.

─Uhum.─ Faz o som com a boca.

─Daqui eu consigo.─ Falo me soltando de seus braços.

─Não consigo não!─ Me seguro nele assim que percebo que ia cair.

Ele dá um sorriso de canto e entra junto comigo no banheiro me sentando encima da tampa da privada.

─Qualquer coisa me chama.─ Diz me olhando.

─Aham.─ Respondo sem abrir a boca.

Ele fecha a porta me deixando sozinha. Enquanto fazia minhas necessidades, reparo em seu banheiro que é maior que meu quarto praticamente.

─Fernanda, tudo bem?─ Escuto sua voz. Abro a porta do banheiro dando de cara com ele.

─Fernanda?─ Pergunto franzindo a testa.

─Não é seu nome?─ Ele pergunta dessa vez.

─Não! Quem falou que meu nome era Fernanda?─ Pergunto enquanto me rastejo até meu celular.

•𝑵𝒖𝒆𝒔𝒕𝒓𝒐 𝑨𝒎𝒐𝒓• | 𝑷𝒆𝒅𝒓𝒊 𝑮𝒐𝒏𝒛𝒂́𝒍𝒆𝒛Onde histórias criam vida. Descubra agora