com ele mais calmo e puxando assunto, fiquei mais tranquila, mas enquanto transávamos, eu me lembrava de tudo que Carol me fala: que ele é um bosta e que só eu não percebo o tanto que ele me trata mal. e não sei como isso não afetou minha libido.
eu não posso continuar me submetendo a isso. as dúvidas que me acompanharam até a boate de perto do Ibirapuera voltaram a me fazer companhia bem como a pergunta: o que foi que eu fiz pra estar aqui?
quando chegamos na mansão dele, assistimos um filme e fizemos a janta juntos, então antes de dormir, transamos mais uma vez e depois do banho, finalmente descansei, com um pouco de paz.
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me acordei antes que ele, que dormia semi coberto, com o rosto afundado no travesseiro de uma forma que eu mal escutava seu ronco, como é de seu costume. eu precisava tomar a decisão que passou a noite comigo assim como ele.
me vesti, tirei o anel que me deu há algumas semanas e peguei algumas coisas mais importantes que eu tinha deixado nas outras vezes que estive aqui e chamei um uber. Carlos gosta de dormir até tarde e eu não quero tirar mais prazer algum dele.
durante todo o caminho até o apartamento, pensei no que eu fiz com a minha vida e não consegui conter o choro, assim como os pensamentos sobre o quanto eu perdi da minha vida e me rebaixei tendo um cara como ele do meu lado.
Carolina, e todo mundo que me via com ele estavam certos, só eu não vi o quão escroto Carlos é, comigo e com qualquer um. me apaixonei pelo homem gentil que queria me conquistar, me apaixonei pelo que inventei dele, pelo que ele me convenceu a acreditar que ele era.
quando cheguei, tratei de limpar o choro do meu rosto e me recompor o máximo o mais rápido que podia, até chegar no meu andar.
tentei abrir a porta mas esqueci que ainda não tenho a cópia da chave, e que pela hora, todos estão dormindo. bati de leve na porta, ainda com pouquíssimas esperanças de que alguém se acordasse.
se ninguém me atendesse, iria, sei lá, dar uma volta pelas instalações do condomínio, que eu conheço apenas de vista.mas fui surpreendida com o barulho de chave e a maçaneta sendo girada, enquanto eu torcia pra que fosse qualquer um, menos Carol. sabia exatamente a reação dela. me abraçaria, me ouviria, me daria sorvete e me daria um esporro do tamanho do mundo.
e não era minha melhor amiga.
olhei nos olhos claros que analisaram meu estado e eu engoli seco com aquele ato. ver o jeito que ele me olhava me fez encher os olhos de água, onde eu errei? por que eu errei tanto? como me permiti sofrer desse jeito?
- Obrigada. - agradeci sorrindo fraco limpando o rosto passando por ele e indo pro quarto.
deixei minha bolsa em cima da cama e fui até a sacada. o céu azul estava pincelado com nuvens brancas, a brisa era gelada e calma, com a fraca luz do sol, uma paisagem linda que se embaçou em segundos por causa das lágrimas nos meus olhos.
acho que agora seria a parte mais difícil que eu sempre tiro de letra: superar.- Vivi... - suspirei querendo ignorar a voz, fingir que não era comigo - Eu... não sei o que aconteceu mas... se você quiser conversar, ou... sei lá. - me virei e vi um Benjamín confuso, sem graça e talvez... preocupado, me olhando.
- Obrigada, Benjamin. - limpei meus olhos, engoli o choro e suspirei - Mas isso é um negócio só meu. - ele concordou então fui passar por ele, que não saiu da frente.
- Foi aquele cara não é? - ele perguntou e eu quis chorar, de novo.
por que ele faz a pergunta sabendo da resposta?
- Por que a pergunta? qual o interesse? - rebati e ele suspirou.
- Eu só me...
- Se preocupou? logo você, que parece fazer questão de me tirar do sério? - ele negou me deixando passar.

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𝐞𝐧 𝐞𝐥 𝐦𝐢𝐬𝐦𝐨 𝐜𝐮𝐚𝐫𝐭𝐨 ▪︎ 𝐁𝐞𝐧𝐣𝐚𝐦𝐢́𝐧 𝐊𝐮𝐬𝐜𝐞𝐯𝐢𝐜
Fanfictiononde Viviane Ferreira decide morar com sua melhor amiga, Carolina Oliveira, e seu namorado Joaquín Piquerez, e acaba dividindo o quarto com o reservado Benjamín Kuscevic