- Olha Carol, se aquele sujeito me dirigir a palavra, eu juro por Deus que eu quebro a cara dele. - ameacei saindo primeiro do elevador, esquecendo que era ela quem estava com a chave.
- Ele não vai falar com você, e fica tranquila que é recíproco tá? - revirei os olhos cruzando os braços, enquanto ela abriu a porta - Acho que nem chegaram do treino ainda. - entramos e encostei a porta, enquanto ela deixou a bolsa e a chave em cima do balcão.
- Graças a Deus. - passei por ela indo pro então meu novo quarto, mas estranhando a porta trancada - Foi você que fechou? - perguntei.
- Não, por que? - suspirei fundo.
QUE. PAU. NO. CU.
- Tá trancado? - concordei e ela tentou abrir, falhando assim como eu - O cu de civic também não colabora.
- Não sei qual é a desse cara, tá louco pra descansar a 7 palmos pelo tanto que enche o saco. - sentei no sofá cruzando os braços - Essa é a maior prova de amor que eu tô te dando Carol, nunca se esqueça disso.
tá, eu queria sair de casa e ela queria ir morar com o namorado mas a família não pode nem sonhar que eles moram juntos.
por que não unir o útil ao agradável?
Carol e Joaco namoram há 3 anos. ela trabalhava numa biblioteca perto do Allianz e ele sempre passava por lá pra conversarem e então se apaixonaram. Carol estava fazendo o estágio de letras enquanto ele se adequava ao seu novo clube, o palmeiras, e aprofundava sua leitura sobre os mais diversos assuntos, conquistando minha amiga.
sempre dei o maior apoio a eles, combinam em tudo e merecem ser felizes, por isso recebi o convite de morar junto com eles, até porque os pais da Carol não fazem ideia que o relacionamento já é tão profundo e a mídia tende a ser maldosa pra um casal tão doce quanto eles. é minha responsabilidade cuidar dos dois pombinhos e o farei da melhor forma possível.
só não sabia que o embuste do melhor amigo dele também estava incluso no pacote. é o tal do Benjamín Kuscevic, outro jogador do Palmeiras, um chileno caladão e sempre que fala é um mala, não suporto esse cara.
nas vezes que nos encontramos, quando Carol me arrasta pra ir pra algum lugar com ela e Joaquín, sempre estão mais alguns amigos dele em particular por lá. fiz amizade com todos os jogadores do elenco que já segurei vela dos dois e com o chileno em particular, eu sempre tentei puxar assunto e em todas as vezes ele mal me respondia, sei lá se é timidez ou o que, mas tudo bem, eu suporto esse infeliz pela felicidade da minha amiga.
eles se mudaram oficialmente na semana passada, quando nossas coisas já estavam a maioria aqui. eu ainda não tenho a cópia da chave, mas pelo jeito o desgraçado tem até a do meu quarto e faz questão de me desejar as boas vindas fodendo com a minha vida.
bem, a Carol não é a única que anda de casalzinho por aí, confesso. já tem uns 6 meses que eu estou com um caso meio sério com um estudante de direito quase formado filho de uma família renomada na Argentina chamado Carlos Martínez. o conheci no meu trabalho, sou garçonete de um bar que ele costuma frequentar há um bom tempo. ele chegou em mim em um dia que estava sozinho e me procurou quando eu estava indo embora, se oferecendo como bom moço. é claro que homens do tipo dele só querem uma noite e tchau, só que eu fui difícil, banquei a grossa e ele entrou no jogo, então estamos juntos desde então.
Carol acha ele metido demais e faz de menos, mas respeita minha vontade e escolha, só que sempre joga na minha cara que eu merecia alguém melhor. infelizmente não encontrei um Piquerez como ela, que faz de tudo pra ver ela feliz, não posso fazer nada em relação a isso, sinto muito.
- Tá, eu reconheço muito isso. - ela sentou no outro sofá - Não vai demorar muito pra eles chegarem, fique tranquila. - bufei pegando meu celular e vendo uma mensagem de Carlos.
mi amor: mi bombón
mi amor: daqui a pouco passo te pegar
mi amor: surpresa 🙈
- Ah não, não me diga que aquele troglodita fez você sorrir desse jeito de novo. - ri negando - Amiga, sabe que...
- Eu sei Carolina, eu sei tudo que você vai falar. me desculpe, mas ele tem dinheiro e transa bem, o que eu posso fazer? - me levantei me espreguiçando - Posso fazer a boa e pegar um vestido teu? - ela revirou os olhos.
- Só dessa vez e não pegue o azul. - sorri indo pro seu quarto e abrindo o guarda roupa que era uma mistura de moletons, camisas do Palmeiras e uns raros vestidos.
peguei o lilás, que eu dei pra ela pra tentar esquecer Thiago, meu ex. ele me deu esse vestido no nosso 1 ano e em seguida me traiu com a primeira vagabunda que se ofereceu pra ele numa viagem de trabalho, é esse o risco que se corre quando você se envolve com empresários que viajam o mundo. Carlos nem sonha com essa história e nunca me viu com ele, tanto Thiago quanto o vestido, não quero nem imaginar o que faria se soubesse que a roupa é um presente do meu ex. espero que goste.
entrei tomar meu merecido banho. estar de férias nunca foi sinônimo de descanso, ainda mais com uma mudança como essa e as provas da faculdade de engenharia mecânica me matando. quando terminei, apesar de ter deixado a música do meu fone numa altura considerável, podia sentir as vozes no ambiente externo. ainda bem que aquele panaca já chegou, quero mexer nas minhas maquiagens em paz.
- Vocês que são loucos! - não pude entender a discussão, apenas me dei conta de que a voz adentrou juntamente com a claridade pela porta, me revelando sem a toalha pra aquele infeliz que usava o uniforme verde claro de treino do Palmeiras, que estava ressaltando muita coisa por sinal - Carajo... - me cobri obviamente e lasquei um tapa no ombro dele.
- Que isso cara, tá maluco? não aprendeu bater na porta não? - ele tomou sua consciência voltando pra porta - Cara, não é o primeiro dia aqui e eu já quero partir tua cara em dois, deveria te processar por assédio sabia? - ele ergueu uma das mãos voltando a encostar a porta - E nem pede desculpa, mal educado. - resmunguei, me olhando no espelho embaçado.
me vesti ali mesmo, depois daquela situação nenhum pouco favorável. eu devo admitir, apesar de filho da puta, ele tem um corpão... afinal é jogador, e tem belos olhos verdes, que percorreram meu corpo tão rápidos e tomaram outro rumo ao encarar meus olhos. é, é um gostoso com certeza eu admito. mas as notificações me lembraram com quem eu vou sair daqui a pouco, que além de gostoso ainda é rico e o melhor de tudo é que me trata bem, ao menos minimamente melhor que o gringo palmeirense.
sai do banheiro, vendo a porta do quarto de Piquerez fechada e estranhando o silêncio. isso talvez seja um grande sinal, ainda bem que vou sair. segui pro meu quarto, dando de cara com o Kuscevic sem camisa, que costas bronzeadas ele tem, músculos definidos também, minha nossa.
- O que que você tá fazendo aqui? - questionei, e então ele se virou pra me olhar, de cima abaixo, que sem vergonha!
- Eu tô no meu quarto. - respondeu.
- Teu quarto? aqui é o meu. - ele riu baixo negando - Qual foi cara.
- A Carolina e o Joaco estão no quarto deles e eu estou no meu. - ele sorriu fraco passando por mim, indo sei lá pra onde.
eu vou matar essa vagabunda da Carol, vai tomar no cu.
suspirei arrumando minhas roupas e pegando minha bolsa. em seguida peguei minhas maquiagens, então ouvi batidas na porta, o que indicava que Carlos já tinha chego, e eu nem terminado de me arrumar tinha. me levantei pra o atender, mas o chileno já tinha aberto a porta e a cara do meu namorado não era uma das melhores.
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𝐞𝐧 𝐞𝐥 𝐦𝐢𝐬𝐦𝐨 𝐜𝐮𝐚𝐫𝐭𝐨 ▪︎ 𝐁𝐞𝐧𝐣𝐚𝐦𝐢́𝐧 𝐊𝐮𝐬𝐜𝐞𝐯𝐢𝐜
Fanfictiononde Viviane Ferreira decide morar com sua melhor amiga, Carolina Oliveira, e seu namorado Joaquín Piquerez, e acaba dividindo o quarto com o reservado Benjamín Kuscevic