dúvidas

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- E como que eu vou saber se você é você? - o chileno questionou e Carlos suspirou revirando seus entediados olhos castanhos.

- Ela sabe quem sou eu. - ele apontou pra mim e de novo, Kuscevic me secou de um jeito que, Jesus, eu preciso de muita água - Agora eu posso entrar? - ele deu passagem e meu argentino veio até mim com seu fraco sorriso no rosto, me dando um leve beijo - Já tá pronta?

- Não, você nem me avisou que horas vinha. - dei a mão pra ele o levando pro quarto, evitando contato com o jogador do recinto, assim que entramos encostei a porta - Fique a vontade. - disse e ele sentou na minha cama.

- Não gostei desse cara. - ele segurou meu braço me fazendo sentar em seu colo - É ele o namorado da Carol?

como Carolina tem um ódio mortal de Carlos, e ele não faz questão nenhuma de mudar a imagem dela, ela o evita como o diabo foge da cruz. acho que se cumprimentaram umas duas vezes e mal conversaram.
ele só sabe que o namorado dela é um dos greengos do Palmeiras e acho que é isso que deve saber.

- Não, é amigo dele. - me ajeitei sob ele pegando minha caixa de maquiagem - Mas relaxa que tem namorada, não vai me fazer nada.

na verdade, do jeito que aquele cara é mau humorado, certeza que é falta de sexo. nunca soube nada dele com alguém, o Veiga sempre me atualiza das fofocas mas não me fala nada relacionado a ele com mulheres. ele é muito sério, duvido que consegue desenrolar uma mina em uma noite, apesar de ser bonitão, charmoso... droga.

- Eu não vou duvidar pelo jeito que ele te olhou na minha frente. a sorte dele foi você estar ali, senão, não ia sobrar nada pra contar história. - ri baixo, ciúme bobo - Não acha que esse vestido tá muito curto não? - ele passou a mão nas minhas pernas a mostra, parando na minha cintura por baixo do vestido.

- Pensei que você ia gostar. - comentei.

- Eu gostei, mas não quero nenhum idiota olhando pra mi bombón. - ri o vendo abraçar minha cintura e morder a lateral da minha barriga.

- Martínez! - chamei sua atenção e ele riu - Deixa eu terminar de me arrumar, porra. - ele parou de fazer arte e eu tentei me equilibrar no seu colo, já que ele mexia no celular e não parava com as pernas - Pronto. - me levantei e guardei a caixa - Pra onde você vai me levar hoje? - peguei minha bolsa e passei mais uma dose de perfume.

- Surpresa. - ele se levantou me abraçando e passando no nariz no meu pescoço - Você vai gostar. - ele apertou minha bunda sorrindo, já imagino o que pode ser.

- Você é louco Carlos. - segurei sua mão o levando pra fora do quarto, passando pela cozinha e vendo o jogador comendo algo, e nos acompanhando pelo olhar.

- Eu entendo que você gosta demais da sua amiga, mas eu ia preferir que você fosse morar comigo logo. não sei por que você não quer. - ele puxou assunto assim que entramos na range rover preta do mesmo.

- Não vou deixar ela agora, temos um combinado. - ele deu a partida no carro - Estamos juntos há seis meses, não acha... cedo demais?

- Cedo demais? eu diria que seis meses é o suficiente pra saber exatamente o que eu quero com você. - ele me olhou sorrindo fraco e agradando meu rosto, disfarcei o olhar com a resposta tão decidida dele, optando o rádio do que puxar qualquer outro assunto.

ele falou com tanta convicção, como se eu fosse a única mulher que realmente lhe interessasse na face da terra. sei que meu argentino é bem intenso quando está mergulhado em algo, mas em coisas importantes como essa, como me mudar pra casa dele, eu sou bem mais sossegada.

decisões tão sérias assim demandam tempo, quem me garante que ele só quer passar uma boa imagem pro pai, que o cobra tanto pra parar de cair na gandaia? e se for só um jogo? 

𝐞𝐧 𝐞𝐥 𝐦𝐢𝐬𝐦𝐨 𝐜𝐮𝐚𝐫𝐭𝐨 ▪︎ 𝐁𝐞𝐧𝐣𝐚𝐦𝐢́𝐧 𝐊𝐮𝐬𝐜𝐞𝐯𝐢𝐜Onde histórias criam vida. Descubra agora