Capítulo 4

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Olho pela janela do carro ainda com aquela sensação de medo , não posso nega que tô travada. A nuvem é muito grande , fecho as mãos sobre a coxa , vou ser inútil outra vez sei disso. A chuva tá forte , 15 tá do meu lado parece tão calma. Preciso me recompor minha mãe jamais tremeria ela apenas abriria um sorriso animado pelos novos adversários. Mas não sou ela , lembro que me pediu pra cuidar dos outros porque é o que minha mãe Liz iria querer.

— Os outros... tem que volta pro carro – falo tentando abrir a porta mas ta travada

— Eles estão bem pirralha , tem casas aqui por isso pedi pra ficarem em cima , estão seguros da chuva nelas – diz pegando um cigarro

Solto o ar olhando pra frente , 15 acende o cigarro abrindo um pouco a janela. Ela liga o carro entrando embaixo da cobertura do posto. Ficamos em silêncio , olho de canto pra mesma que solta a fumaça pelo nariz. Senti sua energia antes aquele vermelho é quente , desvio minha atenção levando a mão no olho esquerdo que queima.

— Você não usa arma – comento baixo

— Não gosto – esclarece

Fito ela que mantém sua atenção na chuva.

— O que fazia antes ? – questiono curiosa

— Era atleta , eu corria pra ser mais exata – explica

— Isso parece ser legal – solto me sentindo idiota com esse comentário

— Era , me sentia livre toda vez que tava na pista – conta com um sorriso brilhante

Sinto meu coração vacila em ver esse sorriso que me faz sorrir também , 15 sempre transparece a falta de emoção mas dessa vez não.

— Devia ser incrível , eu gostaria de ver você correndo – solto me arrependendo na mesma hora

— Quem sabe ainda possa ver – diz me fitando diretamente — Mas a 4 é mais rápida – confessa elevando uma sobrancelha

— Ainda assim gostaria de ver – insisto

15 não desvia o olhar nem eu , meu coração tá disparado. Meu rosto ta quente , ela pode sentir tudo isso ? Não to de traje como a mesma isso é injusto , quero sentir sua energia outra vez. 15 estende sua mão tocando no meu rosto com carinho , um arrepio involuntário corre pelo meu corpo. Fecho os olhos recebendo o contato , sua pele é macia e quente.

Sinto sua respiração contra meu rosto , tudo ao redor parece sumir. Tô flutuando, fecho as mãos sobre a coxa pra em seguida relaxar. Sua testa toca na minha.

— Olha pra mim – pede com a voz suave

Minha respiração falha , abro os olhos encontrando os verdes. Droga estou perdendo a noção , quero , necessito sentir sua energia outra vez.

— Você...

— Levanta a blusa – pede

Fico confusa ao mesmo tempo que minhas bochechas estão em chamas.

— O... que ? – balbucio

— Quero ver se cicatrizou – explica se afastando de mim

Seu distanciamento me deixa sem chão , pisco algumas vezes tentando retoma o controle dos pensamentos. Abro o casaco levantando a blusa preta , 15 volta sua atenção pra mim vendo que não ta totalmente curado o ferimento.

— Não dói – minto

— Entendi , quero que se cure – fala soltando a fumaça

Fico confusa , abaixo a blusa começando a fechar o casaco mas segura meu pulso.

Décima Sexta: O legado Onde histórias criam vida. Descubra agora