Capítulo 13

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Me olho no espelho envelhecido meus olhos estão abatidos , minha visão não voltou no esquerdo onde coloco um curativo. Mordo os lábios fechando os olhos , queria a 15 aqui. Sei que me deixaria bem , posso ouvir o som do violão que tocou pra mim. Abro os olhos fitando minha mão direita , eu perdi ela e parte do meu corpo. Meu braço tá cheio de cicatrizes , volto minha atenção pro espelho vendo que tenho uma no olho esquerdo , que desce ate o queixo.

Mordo os lábios me sentindo inútil e fraca , pego a foice que ta sobre a pia prendendo meus cabelos. Seguro o ar ouvindo aqueles gritos de agonia , sei que matei também naquela luta pessoas inocentes. Flexiono a mandíbula cortando meu cabelo acima dos ombros , os fios caem no chão. Eu gostava deles assim como amava minha vida de antes mas não posso ter ela de volta , perdi alguém importante e não mereço alívio. Pisco algumas vezes deixando as lágrimas descerem , o corte ficou todo repicado um pouco abaixo do queixo.

Seguro a foice olhando meus braços nessa regata preta , meu físico mudou , sei que aos poucos vou dominar aquele poder. Engulo em seco assim paro o choro , não posso chora mais. Tenho que me torna forte , vou mata a Neri e com ela todos os Visitantes. Vou superar meus limites e ir além assim como a 16 , assim a própria 15.

Jogo os fios no lixo saindo do banheiro , meu quarto tá vazio. Minha mãe deve ta com a Bely , as duas não se dão tão bem ainda. Mas sinto que minha mãe a ama , ama de uma forma diferente assim como o amor que sinto pela mesma. É um sentimento de família , saio do quarto andando pelo corredor. Aqui é claustrofóbico , a cor branca é enjoativa. Paro em uma escada que desce , olho pros lados não vendo ninguém então desço os degraus.

Coloco as mãos no bolso da calça jeans , tô com minhas foices presas no suporte. Não me sinto a vontade aqui , minha tia parece querer me mata assim como todo o resto. Eles são assustadores , como minha mãe conseguiu o respeito desses Guardiões ? Se bem que a 16 brava assusta bem mais que eles , aquela energia que tava emanando naquele dia era tão pesada que sufocava , mesmo a Neri não tinha aquela áurea fria e com sede de sangue.

— Segura com as duas mãos – explica uma voz masculina que me tira dos pensamentos

Vejo uma porta que tá entre aberta , me aproximo por curiosidade vendo um rapaz moreno atlético dos cabelos encaracolados. Ele segura de leve na cintura da Aika que tá com uma arma nas mãos , ela tá com uma calça preta que é folgada tipo militar. O cinto preto grosso marca sua cintura onde a pele tá a mostra pela blusa curta de alças finas também preta. Seus cabelos estão soltos , tá com um ósculos de proteção. Logo um som ecoa do disparo.

— Muito bem , não é difícil – ele diz animado

Aika errou o alvo mas acertou de raspão , não consigo tirar os olhos dela aquela energia clara é tão reconfortante. Seus batimentos estão acelerados , noto que sorri , ainda tá com curativos na verdade ganhou novos , um no ombro que é um pouco maior que os outros.

— Obrigada Kayn mas sei que não sou boa com armas – agradece sem jeito

— Você fábrica elas então é de lei saber usar – fala ainda segurando sua cintura por trás

Meus dentes fazem um barulho alto porque flexiono a mandíbula em ouvir o nome do ser , dou um passo pra trás mas já fui notada. Os dois me olha ao mesmo tempo , Aika pisca algumas vezes seus batimentos aumenta.

— Sophia – sussurra

Só ouço porque tenho uma audição muito boa.

— Desculpa eu... não quero atrapalhar – falo dando as costas

Então esse é o rapaz de quem gosta , achei que tinha morrido.

— Você é a filha da 16 não é ? – Kayn pergunta curioso

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