Capítulo 7

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Meu coração tá acelerado , o dia tá indo enquanto passamos pela estrada vazia. Posso respirar aliviada por não está no mesmo lugar que minha tia , Bely não me quer perto. Fito o asfalto que tá rachando aos poucos coberto por folhas secas , minha mãe Liz tá cada dia melhor o que significa que logo vai acordar e não achei minha mãe 16.

Se passou três dias desde que perdi o controle. Flexiono a mandíbula me sentindo ridicula , não fiz nada a respeito da minha mãe ainda.

— Essa noite você tá de folga – 15 fala me tirando dos pensamentos

Olho pra ela que tá concentrada na estrada.

— Folga ? – indago perdida

— Sim , não quero que pense nos problemas só por essa noite , consegue pirralha ? – questiona me fitando de canto

Sinto um frio na barriga , minhas bochechas estão em chamas. Desvio o olhar pra janela do carro.

— Sim – sussurro

Sei que não devíamos ter saido já que a Bely proibiu , acho que agora ta levando os Visitantes a sério. Antes queria apenas ignora eles , só que é impossível. Olho pra minha mão aquela energia negra sumiu , mas a sensação de vazio tá aqui.

Uma música calma toca no carro , 15 tem várias fitas. Meu coração tá batendo de uma forma diferente , minhas mãos estão suando. Abro um sorriso bobo estamos sozinhas , dedilho o painel no ritmo da música. 15 nota sorrindo de leve , a batida é harmônica deixando o clima bom.

Depois de quase duas horas de carro paramos em uma cidade fantasma , uma chuva fina cai. 15 destrava a porta olhando pra noite , fico sem entender. Lugares assim não são seguros , pelo menos foi o que minha mãe 16 sempre disse.

— Vem – chama saindo

Pisco algumas vezes saindo em seguida , 15 ta com uma lanterna. Tem alguns prédios a nossa volta , ela entra em um sem pressa. Fecho o carro indo atrás , corro pra alcançar a mesma. Subimos uma escada que tá desabando , noto que tá com uma mochila nas costas.

— O que era aqui ? – pergunto olhando em volta

Andamos por um corredor longo , paramos em um porta no fim do mesmo. Acabo tropeçando em alguma coisa , seus braços envolvem minha cintura evitando minha queda. Ainda to com o curativo que priva minha visão.

— Era um apartamento – responde abrindo a porta

Ela entra na frente tá escuro , mas logo acende alguns lampiões. Olho em volta vendo um quarto bem organizado , parece que o tempo não afetou esse lugar. Tem um sofá pequeno no canto , um armário de madeira com um rádio e livros. Perto da janela tem uma cadeira de balanço , não muito longe uma cama que parece confortável. Noto um violão sobre a mesma que tem lençóis cinzas.

— É como minha casa – solto admirada

— Quando sua mãe foi embora pensei que fica foi a melhor escolha , mas depois de algum tempo vi que não. Só que diferente dela eu nunca tive motivos pra tenta construir uma casa , um lar isso até ver você pela primeira vez – fala colocando sua mochila na cadeira sem me olhar

Seu tom é calmo como a chuva lá fora. Meu coração bate com força , isso faz meu rosto queimar porque sei que ta ouvindo ele. 15 gira me olhando de uma forma diferente , meu coração só falta sair pela boca. Seus passos são leves na minha direção , fito seus olhos verdes que estão intensos.

— Você... é linda – balbucio tocando seu rosto

15 é um pouco mais alta , com suavidade toca sua testa na minha. Logo seus lábios estão nos meus , seguro no seu ombro suspirando com o contato bom.

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