CAPÍTULO 39

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NARRADOR:

-Levem para a sala vermelha, quero bolsas de sangue e soro e várias ampolas de adrenalina. 

O hospital estava caótico,  eles empurravam a maca com Marília desacordada , os socorristas faziam massagem cardíaca enquanto a enfermeira apertava o balão de oxigênio que levava ar para seus pulmãos.

Batimentos quase parando, saturação baixa, pressão caindo e perca de sangue.

Não demorou e colocaram ela na sala vermelha onde começaram a examiná-la.

-Ela precisa ir pra cirurgia agora, não precisa ser médico pra saber que ela teve politraumatismo de órgãos.

Eles falavam rápido e mais uma parada cardíaca se fez presente. Eles chocaram novamente o coração que voltava cada vez mais fraco e a levaram direto para a cirurgia pois ela não iria mais aguentar.

MARAISA POV:

Duas horas de voo, exatamente, duas horas de voo de helicóptero e eu e Ruth só sabíamos chorar a viagem inteira. Pousamos no próprio hospital onde o corpo de Marília se encontrava e logo descemos sendo recebidas pelos diretores do hospital que nos encaminharam para o andar da recepção.

Ruth abriu o prontuário atualizando os dados e logo fomos informadas para esperar um médico vir nos atualizar.

Ninguém dizia nada, perguntávamos onde estava Marília e só o silêncio era ouvido.

Eu estava sentada no chão com as pernas dobradas e a cabeça escondida entre as pernas, eu só lamentava por tamanha desgraça e pedia a Deus que não levasse minha Marília.

Eu não me perdoaria, eu não iria aceitar esse fim. Ruth não tinha mais forças, estava devastada. Maiara ligava pra mim mais eu não atendia, eu só sabia ficar na mesma posição chorando e lamentando.

-Familiares de Marília Dias? -Vimos um médico com roupa cirurgica , máscara e toucas vir até a recepção.

-Ssoo...somos nós... -Levantamos rápido e Ruth falou.

-Desculpe pela demora senhora, mais quando sua filha chegou já levamos direto para a cirurgia e eu não tive como sair antes. -Ele dizia.

-Pelo amor de Deus doutor, diz logo se ela tá viva. -Eu disse já sem paciência e ele suspirou cansado.

-O estado dela é muito grave senhoras -Ele dizia angustiado e Ruth voltou a chorar. -Já tem três horas que ela está sendo operada e já teve várias paradas cardíacas e não reage muito bem. -Meu coração doía e eu deixei uma lágrima escapar. - estamos fazendo o possível mais acho bom se preparem.

Ruth me agarrou me abraçando forte e choramos juntas.

-Doutor pelo amor de Deus... -Eu dizia soluçando.

-Não posso dar mais notícias agora, preciso voltar pra sala de cirurgia mais assim que eu puder eu venho comunicar a vcs ok? Licença.

Ele saiu e eu e Ruth ficamos ali chorando.

Eu já nem tinha oque chorar, meu rosto inchado, minha cabeça a toda hora me maltratando. Comecei a me lembrar das mensagens que mandei na madrugada pra ela e chorei ainda mais.

-Meu Deus, será que vou morrer? -Ela dizia no áudio.

Que ódio Marília, que ódio.

Peguei meu celular e abri na conversa ouvindo e relendo aqueles malditos áudios, como isso me doía.

-Filha, vc precisa ir comer alguma coisa. Não comeu nada desde que saímos de casa. -Tia Ruth disse se aproximando e eu levantei a cabeça secando as lágrimas.

POR TRÁS DO PALCOOnde histórias criam vida. Descubra agora