POR TRÁS DO PALCO

CAPÍTULO 29

MARÍLIA POV:

Confesso que ver o Danilo ali mexeu comigo, eu não esperava de fato, me senti impotente, me senti ameaçada, me senti uma mulherzinha e eu odiava essa sensação.

Maraisa tinha um sorriso perfeito quando olhava pra ele e pra evitar de ver essas cenas eu acabei por evitá-la o show todo.

Ela estava tão linda, tão princesa com seu vestido branco,seus brincos de argolas e seu rabo de cavalo. Céus, porque eu tinha que me apaixonar? Me diz? Eu tava bem sozinha saindo com quem eu quisesse e fazendo oque eu quisesse.

Droga.

-Vou no seu carro.

Eu não tive reação quando ela falou isso, apenas a vi andando na frente e entrando em meu carro.

-Boiola pode deixar que eu levo o carro. -Eu disse e ele seguiu para ir junto com a equipe.

Abicieli, meu amigo, meu tio e pai de criação.

Entrei no carro e fui colocando o cinto, maraisa estava atrás olhando pela janela e eu estranhei tudo aquilo.

-Porque cê não foi com a mai? -Eu perguntei ainda de olho na estrada.

-Porque eu quero falar com vc.

-Porque não deixou pra falar no hotel? -Perguntei confusa e nada respondeu.

Segui calada dirigindo perdida em pensamentos, será que era algo sério? Bom, talvez não. Talvez ela só queira brigar pelo incidente no avião.

Assim que entramos no hotel, seguimos para a garagem e ela nem esperou eu desligar o carro e já abriu a porta saindo.
Assim que sai do carro ela segurou em minha mão me puxando e eu não entendia nada.

-Maraisa para com esse jogo, que palhaçada é essa?

Eu perguntei mais ela me ignorou e entramos no hotel de mãos dadas. Algumas pessoas viam a cena e começou o cochicho, tentei soltar minha mão mais ela me ignorava e seguia para o elevador enquanto mexia em seu celular.

Assim que as portas do elevador se fecharam eu parei ao seu lado, ambas olhando pra frente sem saber oque dizer, seu reflexo no espelhado me fitando intensamente , me senti mais uma vez uma mulherzinha indefesa. Nossos dedos estavam entrelaçados e quando a porta se abriu ela saiu me puxou até a frente de meu quarto.

-abra -Ela disse e eu arquiei uma sobrancelha pela atitude ousada dela. -Anda Marília.

Seu tom de voz firme me fez entender que era bem mais sério do que eu imaginava e então abri a porta do quarto. Assim que fechei a porta, ela estava de costas olhando todo o meu quarto, minha bagunça de roupas que eu havia feito e só então tomei coragem para perguntar.

-Eu fiz alguma coisa? Oque vc quer fa...

-Senta na cama. -Ela disse sem nem me olhar.

-Maraisa pelo amor de Deus oque é isso?

-Vai logo Marília. 

Respirei fundo e me sentei cruzando meus braços, ela respirou fundo e ficou em minha frente lutando com algo dentro de si.

-Eu... eu vim aqui com você para dizer que...

-Dizer oque?

Perguntei agoniada e ela começou a chorar.

-Pra dizer que eu te amo, que eu quero vc, pra te pedir desculpas pelas minhas inseguranças, eu sei que fui muito boba abrindo mão de vc e te mandando pro Murilo mais acontece que agora eu cai na realidade de que eu preciso de vc, preciso do seu amor, do seu carinho.