CAPÍTULO 41

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MARAISA POV :

Minhas mãos suavam, minha cabeça estava a mil, minha garganta doía e meu coração estava acelerado.

Ruth estava ansiosa, andava de um lado pro outro sem saber ao certo oque fazer ou como ia reagir.

Os minutos se passavam lentamente, era torturante. A todo momento olhávamos para o corredor na espera de um médico que autorizasse nossa entrada no quarto mais ninguém vinha.

-Meu Deus eu não consigo nem respirar. -Ruth dizia enquanto se abanava com as mãos e logo eu me aproximei a abraçando e dando um beijo em sua cabeça.

-Calma dona Ruth, nós vamos conseguir ver nossa princesa.

-Eu nem sei oque dizer maraisa, só tenho a agradecer a Deus por sua vida e por esta aqui cuidando de mim me dando essa força. -Ela dizia com a cabeça encostada no meu peito.

-Faço isso com maior...

-Senhoras? Já podem ver a paciente. -A enfermeira nos interrompeu e logo olhamos assustadas.

Nos entreolhamos e Ruth andou até perto da enfermeira. Eu porém não conseguia sair do lugar. Eu estava mesmo preparada pra isso? Eu... eu conseguiria?

-Vai... vai na frente Ruth. Eu... eu vou tomar um ar antes, é bom que vc tem mais liberdade com ela pra matar a saudade. -Eu disse com os olhos lacrimejando e ela sorriu sem humor.

-Ta bom filha.

Vi elas seguirem pelo enorme corredor e me sentei no chão com as mãos na cabeça.

Eu não sabia se estava pronta pra ver o amor da minha vida sobre essas condições, eu passei esses dias todos querendo vê-la mais na verdade nunca parei pra pensar se eu estava preparada para vê-la realmente.

Comecei a pensar em um milhão de coisas, medo de chegar lá e não reconhecer minha Marília, medo da cena ser forte demais, medo de ela acordar do nada sem lembrar do próprio nome, medo de ela começar a morrer na minha frente.

Eu estava sendo covarde? De fato eu estava. Mais estamos falando da minha melhor amiga e o amor da minha vida, ela estava em uma cama hospitalar inconsciente com as marcas da terrível tragédia que se envolvera. 

Como diria a ela que os demais morreram? Como dizer que Léo sente saudades? Como dizer que eu sinto saudades? Ai....

Me levantei de uma vez e encarei a enorme janela a minha frente olhando os movimentos dos carros lá embaixo.
Minha cabeça estava literalmente fodida e eu estava em um total impasse.

Duas horas já se passaram e eu já tomei três copos cheios de café, dois remédios pra ansiedade e ainda não tomei coragem de ir até lá. Estava aqui olhando pro teto e tentando decidir oque faria .

-Filha... -Ouvi a voz baixinha e chorosa de Ruth se aproximar e rapidamente olhei assustada.

Ela estava de cabeça baixa, seu olho e nariz vermelhos pelo choro, mais tinha um pequeno sorriso que me encorajava.

-Oh tia, vem cá... -Chamei ela para os meus braços e assim ela fez me abraçando forte.

Ficamos ali por alguns minutos até que nos separamos.

-Vai lá maraisa. -Ela me disse e eu engoli em seco desviando o olhar.

-Eu... eu não...eu não consigo tia... eu não tô preparada... -Eu dizia nervosa e ela sorriu colocando uma mecha de meu cabelo atrás de minha orelha.

-Ela... ela parece um anjo dormindo. -Ela disse sorrindo e eu a olhei. -Vc tem que ver. Nossa menina está viva e lutando pela própria vida. Minha Marília está lutando . -Ela disse e eu senti meus olhos marejarem. -Vc tem que ver maraisa.

POR TRÁS DO PALCOOnde histórias criam vida. Descubra agora