Capítulo 5

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Ele supunha que seu status como o Garoto que Salvou Nossos Rabos era o fator determinante que permitia aparatar para o Ministério e se encontrar com Kingsley Shacklebolt dentro de uma hora após a Chamada de Flu.

— Não pode esperar até amanhã? — disse Kingsley, depois que Harry explicou a situação.

— Não sou especialista — retrucou Harry — mas ele não está no primeiro estágio de inanição, provavelmente nem no segundo. Há uma diferença notável entre ser um cara feio e parecer morto.

— Dê-me meia hora para encontrar um encanador que tenha alguma experiência com veneno mágico e reação — disse Kingsley. — Tenho a sensação de que o que você está descrevendo não se enquadra nos problemas comuns. Esse tende a ser o caso com Severus. — Ele acessou alguns arquivos e começou a ditar notas. — Você tem as coordenadas da aparição?

Eles se comprometeram com o horário: quatro horas, apesar dos esforços de Harry para adiantar a hora. Satisfeito, ele saiu para saquear os mercados de frutas e verduras.

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O encanador apareceu no ponto de aparição alguns minutos depois de Harry ter chegado e fez questão de apertar a mão dele. Era um homem robusto, com antebraços musculosos e cabelos encaracolados, que deu o nome de Oberon Culpepper, mas disse a Harry: — Me chame de Pipecleaner. É mais profissional, por exemplo.

— Um tipo de lugar engraçado para um mago viver — observou ele enquanto caminhavam, olhando para o horizonte industrial. As ruas eram repletas de casas decadentes construídas de pedra e tijolos lascados. À medida que se aproximavam de Spinner's End, ele começou a emitir ruídos ásperos de "hmph", pequenos arrotos de desaprovação. — Fossa mágica, se você quer saber minha opinião. Também não é exatamente aconchegante para os Trouxas.

Harry concordou, imaginando o quanto Shacklebolt havia contado ao ajudante sobre a tarefa do dia.

Quando viraram o quarteirão de Snape, a cabeça de Pipecleaner se ergueu para trás. — Puxa vida, você está sentindo esse cheiro? Faz minha cabeça girar. Que diabos é isso?

— Jardim de rosas — disse Harry de forma enigmática.

Eles chegaram à porta de Snape e Harry quase deixou cair as duas malas que estava carregando. A figura que estava pacientemente parada nos degraus girou sobre o salto de uma bota e os observou com ceticismo. — Bem, de toda a sorte prodigiosa. Se não é o eminente e sempre honrado Sr. Potter. O que o traz a este miserável poço de declínio econômico trouxa em um dia tão lindo? — A frase, tão sutilmente zombeteira que teria passado despercebida em um contexto diferente, era quase digna do próprio Snape.

— Madame Lalique — sorriu Harry, esforçando-se para colocar as sacolas de lado a fim de apertar as mãos.

Ela acenou para ele e colocou seu companheiro em sua mira. — Pipecleaner, como eu vivo e respiro. Que decente da sua parte se juntar a nós em tão pouco tempo.

— É o meu trabalho, senhora — disse Culpepper rapidamente. Ele e Harry ficaram ali parados como dois burros. Odile tinha vindo vestida com cuidado para encontrar seu antigo Chefe de Casa, com uma túnica e calças pretas que se encaixavam perfeitamente em suas botas. Uma túnica verde-absinto que realçava os tons castanhos de seu cabelo estava pendurada sobre o conjunto e flutuava até escovar suas panturrilhas revestidas de couro. Era transparente o suficiente para que Harry pudesse ver sua silhueta através dele. Ela estava linda.

— Bem, isso foi incrivelmente informativo — comentou Odile, com as narinas levemente dilatadas ao notar que Harry estava olhando para ela. — Não quero apressá-los, senhores, mas vamos prosseguir?

When the Rose and the Fire Are One | SnarryOnde histórias criam vida. Descubra agora