Capítulo 6

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Ele se atrasou por três dias antes de retornar a Spinner's End. Antes de decidir se voltaria ou não, ele ligou para Hermione e se convidou para ir até lá.

Essa era apenas sua segunda visita desde que ela havia se mudado para a casa de Hailstork. Depois de Grimmauld Place e das horas passadas no porão sem janelas de Snape, Harry quase se sentiu dominado pela luz no apartamento deles. O lugar era pequeno, mas arejado. Embora pergaminhos, papéis, livros, bicos de pena, xícaras de chá e canecas de café estivessem espalhados por toda parte, ainda parecia limpo e esparso, como se isso fosse apenas a evidência necessária de dois estudiosos vivendo juntos.

Ao ver as rosas que brilhavam em um vaso no parapeito da janela, Harry perdeu a alegria artificial por um momento, mas não achou que Hermione tivesse notado.

Ela o levou para a sala de café da manhã e preparou o chá para eles, conversando nervosamente o tempo todo. Levando o bule, as xícaras, os bolinhos, a geleia, o creme e o açúcar até ele, ela deixou tudo bem arrumado sobre a mesa e então explodiu: — Oh, Harry, estou tão feliz em vê-lo!

Harry olhou para ela, realmente olhou para a aflição em seu rosto inteligente e sério, para as mechas de cabelo que se soltavam do coque amarrado às pressas, e se sentiu como um calcanhar. Ele considerava a afeição dela tão natural. Levantando-se, ele abriu os braços e ela veio até ele com gratidão. Eles se abraçaram em silêncio. Os fantasmas dele flutuavam e se moviam, mas não tentavam tocá-la.

— Desculpe, Hermione — disse ele quando voltaram a se sentar. — Eu queria ter passado por aqui antes. Queria mesmo. Mas eu estava...

— Obcecado pelo Snape — ela interrompeu. — Eu sei. Isso não é mais novidade, Harry.

Harry estava servindo chá e quase errou a xícara e molhou o tampo da mesa. — Ei, não é justo. Eu ia dizer que tenho me preocupado em encontrar uma cura para a reação de Remus à Wolfsbane. — Ele deu de ombros. — O que envolve ter de lidar com Snape, é verdade. Mas eu...

Sentada em frente a ele, Hermione limpou as migalhas dos lábios e sorriu maliciosamente. — Eu estava brincando com você. Bem, talvez não. Falei sobre isso de propósito. — O sorriso dela se abriu e ela pousou a xícara. — Na verdade, hm. Tenho uma ideia melhor. — No segundo seguinte, ela estava de pé e levitando todas as coisas de chá que tinha acabado de colocar, e a xícara de Harry estava flutuando para longe. — Venha comigo. Adrian está em seu escritório. Vocês dois não se falam há algum tempo.

Surpreso, ele seguiu seu crumpet enquanto ele balançava no rastro de Hermione. Ele o alcançou do lado de fora do escritório de Hailstork.

Pode ter sido um armário de vassouras, mas agora a luz do sol entrava por uma janela gradeada e a sala parecia prestes a explodir de luz. Uma escrivaninha que era um pouco pequena demais para seu ocupante estava voltada para o dia e Hailstork estava dobrado sobre ela, com os cabelos claros pendurados no rosto e as mangas cobertas de tinta. Ele sorriu quando viu Hermione, depois ficou rosado quando Harry apareceu na porta, com as manchas rosadas e redondas florescendo como maquiagem de palhaço.

Ao redor dele, nas paredes e nas poucas superfícies que não estavam abarrotadas de livros, havia todos os tipos possíveis de relógios conhecidos pela horologia. Harry viu relógios de madeira e relógios de água e relógios de bolso e elaboradas peças de joalheria incrustadas em ouro e relógios de sol de mármore e tanta madeira polida e metal e placas de vidro e mostradores pintados que era como entrar em um museu cheio de brinquedos deslumbrantes. Enquanto Harry e Hailstork apertavam as mãos, um relógio de mogno que ficava de sentinela no canto tocava o quarto de hora. Por algum motivo, ele lembrou Harry de George Weasley, e ele sentiu uma pontada de arrependimento. Mas esse era um modelo totalmente diferente de loja de brinquedos. Tudo o que estava exposto parecia delicadamente projetado. Prático, sim, mas com uma ênfase quase estonteante na beleza.

When the Rose and the Fire Are One | SnarryOnde histórias criam vida. Descubra agora