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Meus olhos estão pesados e completamente doloridos quando os consigo abrir.
A luz que invade meu Campo de visão faz minha cabeça doer como se ela tivesse sido pisoteada por um elefante.
Estranho a claridade, e tento manter um ritmo lento ao piscar os olhos.
Não tenho tempo o suficiente para observar onde estou exatamente, tudo o que vejo é a claridade incessante em minha frente.
Mas em poucos segundos, uma figura surge.
Assim que meus olhos se permitem focar posso ver nitidamente o que é.
Uma garota, De pele pálida e Corpo arredondado. Seus cabelos são escuros como a noite e um pouco menor que os meus, acabando em seu pescoço.
Ela se aproxima lentamente de mim e se lenta a minha frente, para me analizar.

"Ei, como você está ?"

Sua voz é Jovial e sedutora. Como música para ouvidos sofridos como os meus.
Eu luto contra a vontade de fechar meus olhos novamente, não quero sucumbir a dor que lateja sob minha cabeça, mas essa tarefa se revela extremamente difícil.

"Q-quem... É você?"

Não sei como mas consigo fazer essas palavras saírem de meus lábios.
Ela não me responde, apenas sorri suavemente e pega um pedaço de pano e um pote com alguma coisa que não faço ideia do que seja dentro, de totalidade esverdeada e gosmenta em uma mesa a sua frente.

"É um milagre dos deuses você ainda estar vivo. O incêndio que você criou felizmente não te feriu. Não podemos dizer o mesmo do que restou de sua casa"

Ela molha o pano com o líquido gosmento e vagamente o leva até meu braço direito, que se encontra coberto de arranhões, sangue seco e fuligem.

"C-como assim, incêndio que eu criei ? Do que está falando?"

Quando ela encosta o pano com a gosma em meus ferimentos sinto a ardência instantânea e quero gritar ao sentir o líquido penetrar minha carne.

"Que droga é essa ?"

De todas as minhas perguntas, está é a única que ela responde.

"É um Solvente de Ervas cicatrizantes feito no Reino de Aroeira. Acredite em mim, em breve seus machucados já não existiram mais..."

Ela fala com um sorriso.

" E seu pescoço, como está?"

Tento mover o mesmo mas me contenho pela dor infernal que o movimento espalha pelo meu corpo.

"Porra" xingo.

"É melhor ficar deitado, você foi soterrado por estilhaços de madeiras. É comum que algumas lesões apareçam."

Nem havia me tocado que estava deitado em uma maca hospitalar, na verdade; não me toco de nada. Não sei onde estou nem quem é a garota em minha frente.

" Quem é você e onde eu estou ? "

Pergunto em um tom mais firme, o que a faz largar o pano e o pote novamente sob a mesa e suspirar olhando para mim.
Os ferimentos em meu braço direito foram limpos e as ervas cujo ela usou deixaram um cheiro bem forte. E uma ardência suave nos cortes ainda frescos.

"Eu me chamo Dione, Dione Misty."

O nome não me é estranho, mas ainda assim não faço ideia de quem seja.

"Você se encontra neste exato momento em uma Nave aérea, que cruzou a algumas Horas a divisa entre Pratz e Macropus."

Levo alguns segundos para processar o que ela diz, me esforçando para ao menos me sentar sob a maca. Depois de algumas tentativas e com a ajuda dela, consigo realizar este feito tão simples.

"Eu... Calma..."

Pisco os olhos vagamente quase me dando por vencido pela dor de cabeça.

"Deixa eu ver se entendi, você está me raptando?"

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