Pov Penny
Comecei a ouvir o cão chorando do lado de fora no mesmo instante que meu micro-ondas começou a apitar.
Dei alguns passos até a porta, abrindo só o suficiente para ele passar.
- Estou muito brava com você Almofadinhas - eu abri o micro-ondas tirando a bandeja - e dei toda nossa comida então... lasanha de novo.
Tirei uma boa parte e coloquei em um prato no chão, o cachorro deu as costas e foi deitar no meu sofá.
- Se você não quer ótimo, sobra mais pra mim.
Eu tentei mostrar todo meu descontentamento mesmo estando muito feliz em tê-lo de volta, depois de comer subi para o quarto mas não consegui dormir, levantei mais uma vez pra verificar se as portas ainda estavam trancadas e enquanto os olhinhos curiosos de Almofadinhas me seguiam.
- Hei, você quer dormir comigo? - eu não precisei dizer duas vezes, o cachorro passou por mim como um raio rumo ao andar de cima e eu o acompanhei - eu ainda estou brava mas não quero ficar sozinha.
Ele se aninhou embaixo da coberta e apoiou a cabeça na minha barriga, eu fiz carinho nele ate pegar no sono.
Quando acordei, notei que minha blusa estava levantada e Almofadinhas estava com a cabeça encostada na minha pele.
- Você é mesmo muito espertinho, não é?!
Ele se sacudiu e bocejou.
- Bom dia, au au. Tenho que trabalhar bastante, precisamos de dinheiro.
Minha oficina ficava na garagem, eu abri o portão de enrolar e deixei a luz entrar, havia muitos móveis quebrados e coisas que eu peguei do lixo.
Puxei uma bobina grande que eu pretendia transformar em mesa e comecei a lixar.
Essa era a parte mais dura do trabalho e exigia muito esforço, em algum tempo a lixa já estava gasta e eu precisei pegar outra em cima do armário.
- Eu não faço ideia de como vou alcançar, Almofadinhas - o cão latiu baixo e levantou a cabeça, eu subi em uma cadeira mas ainda não alcançava - vou precisar subir no armário.
Deu certo e eu consegui alcançar as lixas mas quando fui descer a cadeira caiu e eu fiquei pendurada.
- Hei, Almofadinhas... uma ajuda cairia bem - olhei por cima do ombro e vi que o cachorro saía pela porta da garagem - muito obrigada. Como eu vou descer?!
- Eu pego você.
As mãos de Sirius agarraram minha cintura com firmeza, o início o choque me paralisou mas então senti o calor da sua palma e meu corpo descendo encostado ao dele, apoiei minhas mãos em seu peito sentindo ainda mais calor. Seus olhos eram profundos, tanto que eu poderia me perder neles.
- O-obrigada
- Você está bem?
Eu assenti.
- Ainda está me segurando, Andrea.
- Andrea?
- Seu nome. Ou prefere, Srta. Brown?
- Ah, me desculpe - eu finalmente consegui me livrar do estupor que ele me causou e me afastei rapidamente - sim, pode ser Andrea.
- Certo - ele apontou para o carretel no centro - é uma bela peça, o que é?
- Uma bobina de cabo industrial, mas logo será uma mesa, vou usar aquelas cadeiras como conjunto.
- Um trabalho artesanal.
- É, restauração de moveis - eu olhei em volta pra todo o lixo que eu encontrava pelo caminho e trazia para casa - eu não tenho trabalhado muito.
- Não estou julgando - ele passou pela garagem olhando cada objeto com muita atenção.
- Você quer tomar um banho?
- O que?
- Não estou querendo ofender nem nada, mas imagino que não tenha tido muitas oportunidades de tomar um banho longo e quente.
- Eu adoraria, Andrea. Obrigado.
Ele deu um sorriso longo e na verdade pareceu bem simpático.
- Tá, eu vou pegar algumas toalhas, o banheiro é lá em cima.
Sirius agradeceu de novo e seguiu para dentro da casa, eu estava me sentindo estranha, a presença dele causava isso e eu não sabia explicar.
Peguei as toalhas no quarto e fio entregá-las, a porta não estava trancada então entrei.
Sirius já estava sem roupas, só levou um segundo até meus olhos percorrerem seu corpo todo até sua pélvis e eu cobri-los com as mãos deixando as toalhas caírem.
- Me desculpe, a porta estava aberta - eu me abaixei tateando o chão para recolher as toalhas, apertando bem os olhos fechados.
- Não se preocupe, não me incomoda - ele pegou as toalhas tocando levemente seus dedos nos meus - quer que eu a guie até a porta?
- Sim, por favor.
Ele segurou nos meus ombros e me virou de costas, suas mãos deslizaram para baixo até minha cintura e senti um arrepio partindo de onde elas estavam. Sirius me empurrou levemente me fazendo dar alguns passos.
Eu me mantive parada até ele me soltar e a porta bater atrás de mim.
Pov Sirius.
A água quente caindo no meu rosto era tão reconfortante que devo ter demorado mais de uma hora no banho, quando finalmente saí, percebi que haviam roupas dobradas em meio ás toalhas, estavam limpas e imaginei que fossem do ex marido.
Penny estava mais uma vez na garagem e corou ao me ver chegar.
- Pareço uma pessoa agora?
- Está mais apresentável assim, talvez até consiga um trabalho.
- Bem, você me contrataria?
- Com certeza - ela riu - quando eu tiver minha loja, quem sabe.
Penny era bonita, muito bonita. Eu já não era tão atraente quanto antes, com tantos anos em Azkaban mas ainda tinha alguns truques.
Me aproximei lentamente, colocando uma mexa de seu cabelo atrás da orelha, Penny abriu levemente a boca, tentando respirar em ritmo compassado enquanto seu coração só acelerava.
Eu a olhei nos olhos e senti que ela cedia, relaxando os ombros devagar, umedeci os lábios torcendo para que o bigode não estivesse longo de mais e me aproximei devagar.
- Não - ela se afastou bruscamente - não posso. Por favor vá embora.
- Me desculpe, eu pensei...
- Eu preciso trabalhar, saia por favor.
Eu fiz uma pequena reverência e deixei-a sozinha, mesmo sem entender. Penny era uma mulher jovem e bonita, sozinha, sem vaidade.
Tomei minha forma animaga e voltei para casa, precisava me desculpar.
Antes de pular para o próximo capítulo diz aqui o que acha que Sirius vai aprontar.
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Cão Negro
FanfictionO que o destino reserva a dois fugitivos de coração partido? Uma fanfic Sirius Black