Capítulo 8

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Pov Penny

Senti a falta de Sirius um segundo depois dele partir e não havia nada que a amenizasse.

Os dias passaram lentamente, um após o outro e minha rotina seguiu como era antes da chegada de Almofadinhas naquela noite chuvosa... mesmo assim nada mais era igual.

O sofá foi fácil vender, assim como vários outros móveis depois dele.

Apenas algumas semanas ele disse.

Mas já havia se passado meses quando meu corpo começou a mudar e ele não apareceu.

Passaram-se anos depois.

Ele não viria mais, eu estava conformada com isso mas ainda doía como no primeiro dia.

O pouco tempo que ficamos juntos foi o suficiente para me fazer ama-lo por toda a vida e eu devia muito a ele.

A noite na minha cama eu me perguntava onde ele estaria, se ainda se lembrava de mim, se ainda me amava.

Era quase manhã de um dia quente e abafado quando ouvi um estalido na frente de casa, meu sono havia se tornado tao leve que eu acordava com o som de uma agulha caindo no chão.

Desci as escadas andando nas pontas dos pés e pude ver uma sombra se movendo pela fresta embaixo da porta.

Abri a gaveta do aparador ao lado da porta e peguei a minha Glock e a apoiei com mira na porta, o 9mm ultrapassaria o compensado facilmente se fosse preciso.

- Quem é?

- Penny - a voz saiu como um sussurro.

Eu estava ficando louca, não poderia ser ele, abri uma pequena fresta e encontrei seus olhos negros e profundos me encarando.

- Sirius... - eu abri a porta de uma vez e me joguei nos seus braços sem questionar.

Não era como eu queria mas não conseguia sentir raiva agora.

Ele gemeu e se contorceu.

- O que houve?

- Não, não me solte.

- O que houve? Você disse que voltaria...

- Eu voltei.

- Não me trate como se eu fosse estúpida - bati com o revolver no abdômen dele e ele voltou a se contorcer.

- Pega leve, Penny. Acabei de vir de uma batalha.

- Batalha?

- Eu não consegui provar minha inocência, tive que me esconder - seus olhos marejaram e ele se apoiou no batente da porta - houve uma guerra.

Eu notei seus machucados, a poeira e fuligem em suas roupas e sua aparência cansada.

- Uma guerra?

- É. Mas acabou... essa noite. Eu vim direto pra cá, torcendo para que você tenha cumprido a sua promessa.

- Foram quatro anos, Sirius.

- Eu sei... diz que você não se casou... por favor... diz que ainda tenho chance. Não era seguro antes.

Uma luz se acendeu no andar de cima, piscando em várias cores. Passos apressados no corredor e uma voz chorosa.

Sirius franziu o cenho em uma espressão de dúvida e confusão.

Eu abri mais a porta dando passagem a ele.

- Entra... vem comhecer seu filho.

Pov Sirius

Pisei no interior da casa que deixei a anos sentindo uma breve nostalgia, totalmente alheio aos ferimentos da noite anterior.

Quase em choque eu fitei um pequeno menino com seu pijama de super heroi, tinha até uma capa.

- Quem é você? - sua vozinha inoscente invadiu meus ouvidos, o menino levantou sua espada que piscava como se estivesse em um duelo.

- Ele é valente.

Eu não conseguia falar, se eu tentasse dizer qualquer coisa ia começar a chorar e tive medo de não parar mais.

- Thor - Penny se abaixou na frente do menino - é ele, o papai.

O pequeno me olhou desconfiado.

- Qué blinca?

- Ele não sabe falar o R ainda.

- Quantos anos ele tem? - minhas palavras quase rasgaram minha garganta

- Três e meio... ele não morde.

- Môdo sim.

Eu ri e me aproximei um pouco mais relaxado e me ajoelhei na frente dele.

- Oi, Thor.

- Na verdade - Penny começou sem jeito - o nome dele é Cristopher mas ele está com o pijama do Thor então está disfarçado.

Eu puxei o garoto pro meu colo e o abracei forte, seu corpinho quase sumindo nos meus braços e não pude mais segurar as lágrimas.

- Sinto muito, Penny.

- Tudo bem. Você está aqui agora.

- Não quelo ficá aqui pla semple.

- Aqui onde?

- Nesse ablaço.

Eu ri mais uma vez e o soltei, o meninos correu a sala toda em um segundo, dando chutes no ar.

- Vem, vou cuidar desses machucados.

Penny pegou o kit de primeiros socorros e me guiou para fora, Cristopher corria rodando um martelo no ar, eu não conseguia olhar para ele.

Ela se sentou comigo nos degraus da sacada e começou a limpar meus ferimentos.

- É hereditário? Essa coisa de bruxo?

- Como? Sim... o que aconteceu?

- Algumas coisas estranhas. Eu não consigo cortar o cabelo dele, eu corto e no outro dia está igual... e uma vez ele estava brincando com uma formiga e de repente ela estava do tamanho de um camundongo.

- Ele tem talento. E sabe... me vejo nele.

- Eu também.

- Penny, para... não precisa cuidar, esses machucados são superficiais, só me abraça.

Ela se sentou mais perto e deitou a cabeça no meu ombro.

- Você vai ficar?

- Na verdade eu vim pra te levar embora mas pra ser sincero... essa casa parece muito mais feliz que a minha.

Agora não importava mais nada do que aconteceu, eu tinha ela, tinha um filho e uma casa.

Aquela manhã ensolarada de 3 de maio era onde eu queria morar.

Ahhhhh amei? Amei...

Chegou até aqui? Então confere se votou em todos os capitulos que me ajuda muito, fics curtas são muito difíceis de fazer crescer.

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De qualquer forma, obrigada por ter lido❤️

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⏰ Última atualização: Aug 24 ⏰

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