Título alterado do livro "Animais noturnos".
Nayla tem uma vida monótona, mora sozinha em um pequeno apartamento e passa a maior parte do tempo em suas redes sociais. Porém, após um acidente doméstico, Nayla vai acordar em um mundo onde as pessoas...
Cerca de um mês se passou, meu treinamento se intensificou, tanto com Félix quanto com Gabi. De certa forma, todos estávamos cientes que o confronto pela conquista do Olimpo se aproximava, apesar de ninguém tocar no assunto. Felix sutilmente modificou o treinamento, não se tratava mais de defesa e evasão, mas um ataque bruto, com a finalidade da eliminação no inimigo. Não sou mais apenas uma arma secreta, estou me transformando em uma assassina decisiva.
Nanda intensificou as sessões de fisioterapia e em poucas semanas voltou a andar sem as muletas. E hoje é seu primeiro dia de treinamento. Ela foi a primeira a chegar a sala de treinamento, montou os equipamentos, prendeu as correntes no gancho do teto e vestiu suas luvas e caneleiras. Felix surgiu no corredor com uma expressão confusa, caminhou descalço com a alça da mochila no ombro até o tapete de borracha. Então soltou a mochila, juntou os braços ao corpo e se curvou em respeito. Nanda também se curvou, senti uma brisa soprar em minha nuca, meus pelos se arrepiavam, parecia duas lendas se homenageando.
-Seja bem vinda - disse Félix com um largo sorriso e os olhos lacrimejando.
-Muito obrigada.
De repente uma mulher entrou na sala lentamente, caminhou até uma cadeira próxima a parede de espelho, sentou-se em uma cadeira giratória e se inclinou em uma pequena mesa de escritório. Ela apoiou os cotovelos sobre a mesa, crusou os dedos diante de seu corpo e apoiou o rosto sobre as mãos com um olhar distante. A mulher tem cabelos longos castanhos escuro, rosto arredondado, lábios carnudos, olhos pequenos demonstrando descendência oriental, corpo magro, estatura mediana. Veste calça social da cor preta, uma pulseira preta com detalhes dourados, colar de pérolas e uma pulseira de prata com quatro pérolas.
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-Oi Chai - disse Félix.
-Oi - a mulher respondeu ainda intrigada - Tive uma visão interessante.
-O que você viu? - Félix perguntou.
-Uma guerra - disse ela arrastando os olhos para Nanda - Contra o Olimpo.
-O quê? - Félix perguntou simulando uma surpresa - Como assim Guerra?
Nanda deu de ombros e voltou a chutar o saco de areia.
-Paulo ainda não sabe - disse Chai -Mas você sabe que é meu trabalho reportar todas as minhas visões a ele.
-Não planejamos uma guerra - disse Félix.
Chai arrastou os olhos novamente para Nanda que socava o saco de areia furiosa.
-Vai dizer a ele - disse Chai - ou espera que eu diga?
-Não tenho nada a dizer - disse Nanda por entre os socos.
Felix me lançou uma feição assustada, de repente percebi que eu sou a única que não falava sobre a guerra.
-O que está acontecendo? - perguntei.
-Paulo não é a favor dessa loucura - disse Chai.
-Isso não é da sua conta - Nanda praticamente gritou.
