7. Os Irmãos

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304 d.C

Quando chegaram em Dragonstone, Daenerys mandou vasculharam as vilas que existiam na ilha, Maegon e Daevon insistiram em acompanhar Verme Cinzento e, com certa relutância, Adhara permitiu. Tudo estava abandonado.

Acontece que os dois Targaryen mais novos eram encantados pelo imaculado, um lutador brilhante, e mesmo sem jeito, parecia ser um sentimento recíproco por parte do guerreiro. Verme foi seguir suas ordens de ir a Casterly Rock no dia anterior e os garotos decidiram treinar duas vezes mais para se exibir quando ele voltasse.

Tyrion estava observando os mais novos, as duas garotas treinavam juntas e Adhara praticava arco e flecha. Ele não duvidava que aqueles fossem Targaryen legítimos, não podia negar uma verdade que estava estampada na cara e no temperamento deles. Mas tinha dúvidas quanto às verdadeiras intenções deles ali, talvez fosse algo natural, duvidar de todos. Cersei sempre duvidava de todos, talvez fosse um problema dos Lannister 's.

Adhara se sentiu observada, olhou diretamente para o homem nas escadas de pedra, de Tyrion estivesse mais próximo poderia ter notado ela revirando os olhos. Ela acertou uma flecha certeira no alvo quando ele se aproximou.

- Deseja algo, lorde Tyrion?

Ele olhou ao redor novamente, os outros quatro estavam um tanto afastados deles naquela área de treinamento. Baelon, pelo que Tyrion sabia, estava voando com Rhaegal.

- Não é comum em Westeros que mulheres sejam bem treinadas - Ele comentou, casualmente, como se não estivesse tentando descobrir informações sobre eles - Mas você e sua irmã estão treinando Rhaenys.

- Acho uma besteira que mulheres não possam lutar junto aos homens aqui - Ela pegou outra flecha e mirou.

- Quem ensinou vocês?

- Meu pai - A flecha quase atingiu a área central - Ele também contratou professores do mundo inteiro pra nós. Aprendemos a lutar assim que começamos a andar.

- Interessante, meu pai enfiaria ele mesmo uma espada no meu pescoço se ele pudesse. Muito paternal.

Adhara quase riu, se segurou porque provavelmente era cruel demais rir de algo como aquilo, mesmo que Tyrion tenha matado o pai. Daenerys chegou até eles naquele momento.

- Meu pai e meu tio tinham uma tradição para o nascimento dos filhos - Ela se colocou ao lado do homem e da rainha, observando os irmãos - Cada um de nós ganhou uma espada no dia do nosso nascimento. Não sabiam que Daeren e eu seríamos gêmeos, então ele deu a espada dele para meu irmão. Existe um mural em nossa casa, com todas as espadas dos filhos deles que não nasceram ou morreram.

- Foram muitos? - Daenerys perguntou.

- Minha mãe perdeu dois e uma criança morreu, minha tia Allysanie, perdeu quatro antes de nascerem. Desde que se casaram, passaram metade do tempo grávidas.

- É difícil...perder um filho - Daenerys suspirou.

Pela forma como ela falou, Adhara entendeu sobre o que a rainha estava falando e colocou a mão na própria barriga. Não estava grávida, pelo menos, não que soubesse. Mas podia imaginar a terrível dor de perder um filho e, ainda assim, sabia que nem a imaginação poderia chegar perto da realidade.

- Khaleesi - Uma dothraki se aproximou, com muitas cartas em mãos - Isso foi entregue para Adhara.

Por um instante, Adhara sentiu esperança que fosse de seu irmão, embora ainda fosse um pouco cedo demais para isso, mas quando abriu a carta era uma mensagem de sua mãe. A garota só teve tempo de escrever para a mãe pouco antes de saírem de Meereen, meses atrás.

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