Capítulo 4

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Chamei o garçom e avisei ao mesmo que iria para a mesa de Amarildo enquanto Lucius não chegava. O garçom concordou e ofereceu ajuda para carregar minha bolsa e a de Yuri, eu aceitei, o nervosismo ja estava me fazendo ter dificuldade em andar sobre os saltos. Amarildo foi na frente e puxou uma cadeira para mim me sentar ao lado de Marizete. Tinha muitas pessoas naquela mesa para o meu gosto, além dos membros da família Santana, ainda tinha a Bárbara e dois dos acompanhantes do Luan na reunião de mais cedo.

S/N- Olá.

Não recebi uma resposta, todos estavam hipnotizados em Yuri. Ele estava assustado e tentava esconder seu rosto em meu peito. Eu estava tão desconfortável quanto ele.

Luan- Achei que ia fugir igual hoje de manhã.

Não me dei ao trabalho de responder, estava ocupada tentando acalmar Yuri. Por mais que Yuri seja muito sociável ele não gosta de ser encarado. Fazia carinho nele e falava com ele em coreano para ele se acalmar.

Amarildo- Ele está assustado?

S/N- É porque ele não está acostumado. É muito raro que ele veja muitas pessoas desconhecidas ao redor dele, ele fica meio tímido.

Mari- É seu filho?

S/N- Sim.

Mari- Qual o nome dele?

S/N- Yuri.

Mari- Ele é lindo, se parece com você. Onde tá o pai dele?

S/N- Eu sou mãe solteira.

Ela me olhou por um estante e depois voltou a olhar para Yu. Marizete estava encantada no meu pequeno, seus olhos brilhavam e ela fazia carinho nas costinhas de Yuri que por sua vez tentava se esquivar.

S/N- Filho, não precisa ter medo. Olha, mamãe não está com medo.

Era mentira, estava apavorada e talvez fosse isso que o estava deixando inquieto, mas tentei mostrar a ele que estava calma e tentei fazer com que ele pelo menos tirasse o rosto de meu peito. Depois de algumas cosquinhas ele soltou uma gargalhada e parou de tentar se esconder. Graças a Deus os traços dele lembravam mais os meus quando pequena do que os do Luan.

Luan- Por que fugiu de mim de manhã?

S/N- Não fugi de você.

Luan- Fugiu. Você agiu como se nem me conhecesse.

S/N- E não conheço. Algum dia eu posso ter achado que te conhecia, mas agora eu tenho certeza de que não te conheço. E além do mais, tenho muito trabalho pra ficar de papo.

Minha resposta saiu mais áspera do que precisava ser, mas não me importei. Se tem uma coisa que eu aprendi nos últimos anos foi que eu preciso me manter firme.

Amarildo- Luan falou sobre a reunião de mais cedo, você trabalha com oque na Carter Corp?

S/N- Sou a diretora do setor de Relações Internacionais na Coreia do Sul.

Luan- E tava trabalhando de tradutora hoje?

Luan falou isso com um tom de deboche. Ele parecia irritado. Bárbara riu do comentário dele e me olhou com certo desprezo. Eu só manti a pose.

S/N- Não te devo explicações sobre o meu trabalho, mas pelo oque parece você não ouviu nada da reunião, só ficou me secando mesmo.

Bárbara fechou a cara na hora. Senti um certo prazer em ver ela olhando Luan com fúria. Se ele quer me atingir ele vai ter que ser um pouco mais certeiro.

S/N- A maioria dos diretores dos outros países não sabem falar português então eu os acompanho em reuniões que são ministradas em português, como a de mais cedo.

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