Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Um segredo, isso é o que você era. Apenas uma maneira de passar o tempo na privacidade de seu quarto escuro, não significava nada para ela e nem para você, para começar. Um relacionamento casual é o que vocês duas concordaram, sem compromisso, sem sentimentos, apenas um encontro casual. Uma maneira de desabafar.
E foi ótimo, foi mesmo. Até você deixar seu coração te controlar - mas aconteceu de uma vez. Você não percebeu até que fosse tarde demais, a maneira como ela te beijou parecia diferente e qualquer elogio que ela desse de passagem o deixava tímido. O que antes era sexo sem sentido, de repente passou a significar algo para você; você se apaixonou pela dolorosamente inatingível Wandinha Addams e ela não percebeu.
Foi agridoce. Muitas vezes você imaginou seu primeiro amor, como você sentiria borboletas ao estar com dele e o beijo dele pareceria fogos de artifício, como seus lábios teriam um gosto tão doce e quando você os abraçaria, você nunca mais iria querer soltar. Mas as expectativas só te machucam no final.
O pior de tudo é que você estava certa, você caiu na toca do coelho dos clichês românticos com as bochechas coradas e uma empolgação ansiosa ao saber da companhia dela. Você consertaria sua aparência sempre que ela batesse na porta do seu dormitório e a cumprimentasse com um sorriso, um redemoinho em sua barriga quando ela lhe desse um sorriso de volta.
Era tudo o que você imaginava, mas não era real. Sentir-se assim era proibido, conforme declarado no acordo que vocês duas fizeram. Então agora cada beijo doce vem com um sabor amargo e o sexo deixa você se sentindo vazio, agarrado a algo que você nunca pode realmente ter. Você acha que é melhor tê-la assim do que nada, mas quanto tempo isso pode durar?
Então você está segurando uma esperança que sabe que vai te esmagar, a ideia de que ela pode sentir o mesmo. Deitado ao lado dela seminua em sua cama depois de uma noite de luxúria, tudo o que você pode fazer para parar a tristeza nauseante é olhar para o teto. A maneira como o braço dela roça no seu dá arrepios e é o suficiente para fazer você chorar.
"Wandinha, não tenho certeza se posso mais fazer isso." As palavras saíram antes que você tivesse a chance de pensar sobre elas. Você não conseguia olhar para ela, concentrando-se, em vez disso, no filamento mal iluminado das lâmpadas com as unhas cutucando um fio solto no tecido da sua camiseta.
"Por que não?"
Você limpou a garganta, a tristeza começando a se transformar em raiva pela maneira como ela parecia tão despreocupada. Qualquer chance de reprimir os sentimentos latentes era aquela esperança na qual você se apegava, mas seria uma tola se cogitasse a ideia de que ela também a amasse.
"Porque eu quebrei nossa regra número um." Você suspirou, enxugando a lágrima que caiu do canto do olho antes de chegar ao travesseiro. Você pensou ter ouvido a respiração dela engatar e aquele vislumbre de possibilidade cintilou por um momento até que tudo o que ela disse foi "Ah". Você ficou quieta, as duas ficaram, com Wandinha encostada na cabeceira e você sentindo calor de vergonha. Com tristeza. E raiva.
