Capítulo 5

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   — Éris? Olhe para mim. — ergui o meu queixo para Katlemi e lembro-me de ter visto a mulher mais bonita da minha vida. — Não precisa ter medo, aqui você está segura. Existem deuses com grande poder que farão maravilhas para você.

— E o meu pai? — perguntei com a voz chorosa.

Eu estava com medo, era apenas uma garotinha assustada que queria o pai, tudo o que havia lhe sobrado.

Ela tocou meu rosto e com carinho, repousou a mão nas minhas.

— Agora, tudo o que você precisa está bem aqui.

Abri os meus olhos devagar, saindo daquele sonho realista, mandando embora as lembranças do passado. A primeira coisa que vi foi a figura de cor acinzentada, com olhos redondos e espelhados, opérculo e nadadeiras laterais que cobriam o alto de sua cabeça, assim como nadadeiras nos braços.

O primeiro instinto foi gritar o mais alto que eu podia.

Gritei e a criatura saiu correndo para os fundos do quarto, se escondendo atrás da parede que levava para um canto vazio. Meu coração saltava dentro do peito, fazendo com que eu imaginasse que pararia de tanta força que batia.

Por um segundo eu havia me esquecido de que no submundo existiam criaturas como aquela e que eu havia passado muito tempo sem vê-las e por isso eu havia me assustado. Não era possível que aquela criatura seria sanguinária.

Desci devagar da cama, mas não totalmente, apenas coloquei os pés no chão e vi as roupas jogadas. Na certa ele trouxe algo para eu me trocar e deveria estar mais assustado que eu.

Peguei os panos do chão e olhei para o canto da parede, conseguindo ver apenas meio corpo da criatura, que olhava de soslaio.

— Isso é para mim? — perguntei e a criatura não se moveu. — Desculpe, eu acho que não deveria ter gritado. — ela ainda ficou parada lá e eu tinha que corrigir aquilo. — Não tenha medo, eu não vou machucar você.

Foram alguns segundos de silêncio até que a criatura resolvesse sair do canto, devagar e desconfiada, me permitindo ver com mais facilidade. Os olhos pareciam dois espelhos e as linhas laterais eram muitas. O seu corpo parecia escorregadio e ela piscava mais rápido do que um humano. Os sons que saiam dela eram como de pássaros pequenos e era engraçado. As mãos eram de anfíbios, continham membranas interdigitais, assim como nos pés.

Ainda estava desconfiada, me olhando com curiosidade e medo.

— O meu nome é Éris. — falei colocando a mão em meu peito, para sinalizar que Éris era eu. — Você tem um nome? Consegue falar a minha língua? Você é menina ou menino? — disparei, mas a criatura não respondia, me olhando curiosa. — Claro que você não fala. — murmurei.

Era estranho tudo aquilo, eu apenas tentando me adaptar àquele ambiente, mesmo que não coubesse nele. Era estranho ver novas criaturas e estar em um novo mundo.

Deus NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora