First Impressions

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AI PAPAI MACETEEEI

espero que gostem, sério, tô animada <3


Point of View: Lalisa Manoban

Será que meus pensamentos sobre a escola me tornam alguém revolucionária e super a frente do meu tempo ou uma "jovem" psicopata? É evidente que o papel do professor é decisivo para uma sociedade e todos os afins que isso representa, porém, na minha humilde e despretensiosa opinião, soam como verdadeiros abusadores do poder ao nos obrigarem a passar horas e horas afinco apenas ouvindo o que eles julgam como verdade.

Os professores de matemática, por exemplo, deveriam saber que o máximo que usaremos é a regra de três quando crescermos. Mamãe já diz que tempo é dinheiro e eu perco os dois enquanto o senhor Kang insiste com aquele negócio que põe pelo meio triângulo, letras, ponto e virgula; no fim não sei se é aula de artes ou de gramática.

E detalhe, é de matemática.

Pois muito que bem, o ano está simplesmente começando e a corda já se enfeita bonita e reluzente em meu pescoço como se fosse a peça mais cara da Cartier. Tem pouco mais de um mês que as aulas começaram e já fiz a proeza de empilhar notas ruins, nem ao menos medíocres.

O bom nisso tudo é que meu caráter continua intacto e mesmo recebendo promoções exclusivas nos gabaritos, ainda prefiro ser honesta, já que o mundo é nosso.

A onisciência em minha religião faz-me dar para trás sempre, embora eu tenha me questionado até onde isso pode afetar minha integridade. A escola é tão meu pesadelo quanto o PSAT para Chris, juro, no entanto, que há alguns motivos que me desmotivam. Faz sentido, certo?!

Duvido que exista algum motivo que me faça gostar da escola.

E sabem de uma coisa? Nem é meu último ano ainda. Ou seja, tenho que aguentar esse inferno de sistema antiquado até que aconteça algo bem surpreendente como me tornar famosa a ponto de não precisar mais estudar por ter uma agenda cheia de compromissos.

"Deus, se for da tua vontade, sua filha está pronta", pedi mentalmente encarando a janela do escritório moderno e torcendo para que qualquer ser cósmico, mítico ou o que fosse, pudesse me atender. Até estrela cadente serve!

Se bem que existe aquela máxima de que ao nascer rico não há mais necessidade de estudar, talvez eu seja uma exceção a essa regra. A sociedade é meio chata com quem pensa diferente e no fim os boletos te fazem especular que talvez seja bom ter seu próprio dinheiro, já que ouvir sermão desnecessário de mamãe é algo que evito a todo custo... quando posso, eventualmente.

Yang: Pois bem, senhorita Manoban, a sua situação é essa. -Enquanto o diretor unia os dedos sobre a mesa, eu apenas pensava quão hipócrita era pagar professores para reivindicar contra o desmatamento da Amazônia, onde por sinal uma baixinha sempre se pronunciava na aula, e ter uma mesa com tampo de carvalho-

As paredes em tom de gelo e com a técnica aplicada de boiserie -que são aquelas bordas salientes em paredes lisas-, deixavam-me um pouco afetada com tanta alvura. Por sorte há uma estante rente a parede com hastes pintadas de preto e trechos de madeira segurando jarros e alguns livros bem-dispostos, aliás o balcão um pouco atrás de sua cadeira presidencial também quebrava o tom claro que igualmente jazia presente nas poltronas não tão confortáveis, devo acrescentar.

No canto esquerdo da sala de tamanho mediano fica uma plantinha bem verdinha em um jarro acinzentado, tanto quanto as cortinas abertas sobre a janela e por último, mas não menos importante, dois quadros que eu nunca consegui identificar direito. Sempre que me pega de olhos cerrados a fim de tentar distinguir se aquilo é um navio ou não sei o que, o diretor Yang trata de tomar minha atenção com um pigarreio retumbante.

Inesperadamente, BLACKPINK - JenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora