Apresentações

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                            Jungkook

Bom, eu sou Jeon Jungkook, tenho 24 anos, moro em um bairro de classe média de Seul, trabalho em um cinema local no "Black W", e faço horas extras em uma boate "Range". E minha família, bem, minha mãe morreu quando eu nasci – não sei bem qual foi a causa da morte –, meu pai foi quem cuidou de mim, mas, há 4 anos atrás ele também me deixou, o Sr. Jeon morreu. Não gosto de tocar nesse assunto, então não vou me aprofundar nisso, não agora quando eu finalmente consegui "aceitar" minha perda.

Moro mais o yoongi, meu amigo, ele é o único que sabe dos meus demônios pessoais, e pode me julgar – coisa que, por sinal,  ele faz muito –, ele é o único que fala na minha cara quando estou errado. Ahh, o Yoongi trabalha na Range como barman.

Tem 3 anos quem me mudei para cá. Encontrei o Yoongi na boate, onde eu me afoguei na bebida, após um ano da morte do meu pai. Consegui desabafar com aquele barman como não fazia com ninguém a séculos, se é que já havia feito, se sim, não me lembro – o que a bebida não faz não é mesmo –. A sensação de que um peso foi tirado dos meus ombros foi enorme, não tinha como ignorar. E, acreditem ou não, essa bebida me trouxe onde estou hoje, morando com meu melhor amigo – vulgo barman, que deu um de psicólogo, me ouviu, e decidiu me ajudar – e trabalhando em um cinema.

Vou muito à Range, pois além de ir me distrair, também vou trabalhar – algumas semanas mais, outras menos –, só tenho horários específicos no sábado, mas, algumas vezes apareço por lá antes disso e dou uma ajudinha.

Minha rotina é particularmente a mesma, e isso me cansa. Entre segunda e sexta trabalho no cinema,  meu horário é apenas na parte da tarde, e à vezes à noite – quando tem algum filme muito cobiçado pelo público, então, fico até mais tarde para ajudar meus colegas –, por conta disso tenho a manhã livre. Às vezes eu durmo até mais tarde – se o Yoongi me ouvisse dizendo isso ele ia rir, certeza. Eu durmo sempre até mais tarde, chego até a hibernar se deixar, sério, não sei de onde vem tanto sono –. Só acordo cedo quando Yoongi praticamente me joga da cama pra fora para ir arrumar o apartamento – coisa que aquele folgado não faz sem mim – . À noite quando eu não estou no cinema,  vou para a Range, ou até mesmo pra casa. Nos sábados trabalho na Range, e no domingo é meu dia de descanso.

Eu tenho a fama de "pegador", e de fato era, mas como estou tentando tomar um rumo na vida, parei com isso de pegar todos e todas– não totalmente, é claro –, talvez uma ou duas pessoas por semana, ou três. Ok, talvez eu realmente mereça essa fama. O que importa é que eu parei mais, tá bom!? Sem julgamentos, o Yoongi já faz isso de mais.

Sou bi – ou como algumas pessoas falam, uma faca que corta para os dois lados –,  digo isso com muito orgulho, não tenho medo do julgamento das pessoas. Na verdade isso tornam as minhas chances maiores.

– Não, para com isso Jungkook, você está mudado, você se converteu, porra!

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                                Jimin

Prazer, Park Jimin, Jimin para os mais íntimos. Bom, por onde eu começo? Tenho 25 anos, herdeiro de uma rede de empresas do centro de Seul. E, blá blá blá, não gosto de apresentações.

Bom, como já deu para perceber, eu sou rico, ou melhor, meu pai é rico – a final, não é qualquer um que tem uma rede de empresas no centro dessa cidade –.

Não gosto de depender de ninguém – Humm isso chega a ser engraçado, pois eu tenho 25 anos, e ainda assim não trabalho – mas, tenho um cartão sem limites que o meu pai me deu, não vou reclamar, eu gasto muito, e gasto com força. O velho é podre de rico, deve achar que eu nem uso o cartão.

Gosto muito de dançar, esse é um dos meus hobbies – se o Sr. Park souber ele vai me deserdar, uma coisa que eu prefiro evitar –, faço aulas de dança escondidas, a única pessoa que sabe dessas aulas é o Taehyung, meu melhor amigo.

Não tenho muitos amigos, gosto de ficar na minha. Na verdade, não sou muito bom com novas amizades. Conheci o Tae em uma aula de dança, nos aproximamos, e agora somos inseparáveis, isso não significa que nos vemos com frequência, por que, definitivamente não nos vemos. Diferente de mim, ele fez a carreira dele com modelo – ele é um xuxuzinho, aliás –, saiu do zero, e conseguiu chegar onde queria. Agora com apenas 23 anos nas costas, ele consegue dar a vida que sempre sonhou a seus pais.

Como eu não trabalho, tenho muito tempo livre, vou algumas vezes na empresa, vou nas aulas de dança, vejo – raramente – o Taehyung, e quando eu digo raro, quero dizer muito, muito, raro. Não gosto de sair muito sozinho, não me sinto a vontade, apesar de ter o Namjoon – meu motorista – que é muito gente boa, e está disposto a fazer esse sacrifício por mim. Ele ia adorar me ver fora de casa de vez em quando.

Não posso dizer que a minha vida é ruim, pois não é. Tenho tudo que quero, na hora que quero – e eu não estou passando na cara de ninguém que eu tenho dinheiro –, mas, a verdade é que eu tenho, e muito. Diante de tudo isso falta alguma coisa, algo que me complete. Às vezes eu saio com o Tae, nós bebemos, nos divertimos, pegamos mulheres, e no caso do Tea homens também. Não sei qual é a sensação de ficar com algém do mesmo sexo, mas, deve ser estranho, não? Não tenho nada contra, só não acho que seja uma coisa que eu faria, eu acho. Pode ser também por não ter aparecido nenhuma oportunidade, e sinceramente, não sei se isso vai rolar. O Tae jura de pé junto, que eu tenho um jeitinho de gay, não sei, nunca me sentir em meu ápice com mulheres, mas também, nunca experimentei ficar com algum homem.

Nenhum deles me chamou a atenção, talvez por eu ser muito exigente e seletivo.

Meu MimadinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora