Capítulo. 9

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Park Jimin

Já tem cinco dias que eu vi o Jeon, cinco dias que meu pai virou meu pior pesadelo.

Eu sabia que ele era homofóbico, que despreza casais do mesmo sexo, porém eu nuca pensei que ele chegaria a me agredir por isso.

Eu sou seu filho poxa.

Todos os dias parecem o mesmo, só fico no quarto trancado - não quero arriscar sair e acabar esbarrando com ele - não tenho mais celular, não posso falar com ninguém nem mesmo o Tae.

A única pessoa que eu vejo é minha mãe, isso quando ela consegue escapar da vigia do meu pai.

As minhas crises voltaram com tudo, tá aí uma coisa que eu não tinha saudade.

Há cinco dias atrás eu precisei voltar os meus remédios, eu só os tinha para casos de extrema urgência já que eu não usava mais, porém agora eles estão sendo os meus melhores amigos.

Eles amenizam minha dor, me ajudam nas minhas crises e também conseguem diminuir a quantidade de vezes que eu penso em tirar minha própria vida.

A verdade é que eles sessam meus pensamentos, deixam minha mente em branco.

Há cinco dias eu só estou existindo. Ao mesmo tempo que esses remédios "tiram" minha a vontade de me matar, eles também não me deixam viver por completo. Confuso, eu sei.

Talvez a minha vida é para ser assim mesmo e eu estou reclamando, talvez a culpa tenha sido minha. Sempre é.

Obrigo o meu corpo a levantar da cama e ir para o banheiro, preciso de um banho.

Ao adentar no mesmo sigo direto para o box, não consigo mais me olhar no espelho, sei que a imagem que verei é de uma pessoa acabada, com olheiras fundas e possivelmente com marcas de lágrimas pela face.

Me poupo dessa tortura. Achei que já tivesse superado isso, mas pelo visto era só questão de tempo mesmo.

Tomo um banho rápido, passando levemente a mão pelo meu corpo, depois daquele dia tive outra seção de surras e está doendo até agora. Achar uma parte do meu corpo sem machucado agora seria um milagre.

- Ai, merda - praguejei assim que apoiei meu pé no chão com mais força, torci ele tentando sair das garras do meu pai.

Saí do box mancando, vesti meu pijama e voltei para minha - até então - melhor amiga, minha cama.

Escutei dois toques serem desferidos na porta do meu quarto, nem liguei não ia lá abrir mesmo.

- Loirinho? - Eu estou surtando ou quem abriu a porta foi o jung?

Me levantei em um solavanco e sim, ele estava bem ali na minha frente.

- Jeon? - o sorriso no meu rosto estava enorme, as lágrimas já se faziam presentes, mas essas eram de felicidade, alívio.

- Oi meu loirinho, estava com tanta saudade de você. Sentiu minha falata? - perguntou ainda parado no mesmo lugar.

- Mas é claro que sim - joguei o edredom de lado e comecei a caminhar mancando em sua direção, só tinha um problema, quanto mais eu ia chegando perto podia perceber que seu rosto não passava de um borrão.

Cocei meus olhos para ver se melhorava em algo e foi aí que eu percebi, eu estava imaginando tudo isso, minha cabeça já está começando a me pregar peças.

Minhas pernas falharam, nem senti a dor de ter despencado com tudo no chão, comecei a chorar compulsivamente.

- Porque eu nunca consigo controlar isso? -

Meu MimadinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora