Atalhos e Becos Sem Saída

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Acordei com o final do sonho, o dia nem estava claro ainda e o que restara da fogueira foram somente brasas. Tomei meu café da manhã com pão seco, frutas estranhas e leite (de um gosto... Sintético?) que estava dentro de uma das caixas de suprimentos.

- Se vai demorar em achar a saída desse lugar, então é melhor ter acomodações melhores.

Pegando pedaços de madeira, palha, pedras e outros materiais consegui fazer uma cabana para mim e ao lado um armazém para estocar suprimentos e provisões. Construí também uma torre de vigia para ter uma visão mais ampla e alta da clareira, uma cozinha improvisada e uma horta para ter mais alimento a longo prazo, caso os suprimentos acabassem.

Eu estava exausto, mas a curiosidade me chamou novamente para dentro do labirinto. Após o almoço, me equipei e entrei. Já nos primeiros momentos, percebi que não havia mais os mesmos corredores de antes e que novas passagens tinham se aberto, fiquei intrigado com aquilo, mas a mesma parede quebrada ainda estava lá e dava para ouvir dentro dela o som de algo emperrado. Subi novamente, quando olhei, todo o labirinto estava diferente.

- Como isso é possível?

Percorri pelos corredores procurando as marcas que tinha deixado, mas nenhuma delas estava mais na ordem, então fui memorizando de novo cada entrada e corredor que passava, mesmo assim sentia que estava andando em círculos. Algo me chamou a atenção, no chão havia uma poça de gosma estranha, não era nenhum tipo de seiva que eu achei na floresta, era semelhante a... Saliva, de alguma coisa. Logo me fez lembrar aqueles barulhos que eu ouvia após anoitecer. Passei toda a tarde correndo por entre aqueles espaços até que cheguei a um lugar largo e amplo com uma enorme parede pintada com o número um, ela levava para mais três caminhos diferentes, mas já estava tarde para explorá-los.

Quando voltei, as paredes estavam terminando de se fechar, então sai correndo o máximo que pude e acabei raspando o meu braço em uma ponta da parede, não demorou em começar a sangrar. Fui para a cabana, peguei um curativo de dentro da bolsa e coloquei no local. Eu estava fedendo e minha roupa já estava implorando para ser lavada, assim fui até a floresta. Chegando à beira do lago tirei a roupa e a deixei em uma solução de uma seiva gosmenta e água, enquanto isso mergulhei no lago.

[Lembrança]
Eu era criança, brincando em uma sala totalmente fechada com algumas pessoas me observando e anotando o que eu fazia. Ouvi alguém atrás do vidro preto falando: "- Muito bom, os resultados de memória e raciocínio dele estão no nível de um adulto...". Logo me vi se afogando dentro de uma câmara, batendo no vidro tentando pedir socorro para três pessoas que me observavam: Uma mulher de meia idade, a menina misteriosa e um menino que dizia: "Cruel é bom, não se preocupe, logo você entenderá".

Abri os olhos assustado com aquela visão repentina, no entanto o que percebi foi o estranho fluxo vir debaixo, curioso como sempre fui investigar e para minha estranheza dupla tinha a boca de um cano jorrando litros e mais litros de água.

"Desgraçados inteligentes..."

Voltei a superfície e fiquei sentado na beira do lago fake pensando e olhando para ele, depois as estrelas.

"Só falta elas serem de mentira também... Mas afinal, o que fizeram comigo? Será que Eles me vigiam? Hm... Muito provavelmente... Espera, eu tô pelado!"

Por um instante me preocupei com isso, mas decidi não me importar.

"Ah, foda-se..."

Analisando meu corpo senti algo me incomodando na cabeça, ao passar a mão na nuca notei uma cicatriz, pelo jeito tinha sido recente e ao olhar para o meu braço vi que o curativo tinha saído na água, mas meu corte já havia se fechado.

Maze Runner: O Labirinto (Em Hiato)Onde histórias criam vida. Descubra agora