Três é Demais

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Conforme a passagem se abria, meu coração disparava de ansiedade.

Finalmente pudemos ver a construção por dentro e foi de cair o queixo de tão grande: havia uma longa passarela de concreto que dava para uma porta de aço média, vários fios desciam do teto para o abismo abaixo e diversos casulos gosmentos estavam grudados na lateral, dentro deles consegui ver embriões de Verdugos em desenvolvimento.

"Que horror, essas coisas se reproduzem?! Achei que eram fabricadas pelo Cruel..."

Eu e Caçarola nos entreolhamos, sabíamos que ao menor sinal de perigo deixaríamos o local o mais rápido possível. Fomos adiante em silêncio e analisamos a porta, contudo, esta não tinha nenhum painel acessível e sim uma esfera negra no topo da porta - semelhante ao da zona 7. Siggy tentou usar a etiqueta novamente para fazer o sensor escanea-la, mas sem sucesso.

- E agora?

- Eu não sei, nunca fui tão longe.

Enquanto discutimos nosso plano de ação, um besouro preto pousou na porta e finalmente parei pra pensar: até aquele momento não tinha visto nenhum inseto ou animal dentro do labirinto... Será que ele tinha vindo de fora? Se fosse verdade então existe uma brecha e o mundo lá fora não está totalmente destruído, ou, pode ser uma criatura sintética... Acho que a segunda opção era mais crível, infelizmente.

- Acho melhor saímos daqui, Caçarola.

- ... Você está cert...

Antes que ele pudesse terminar a frase, ouvimos barulhos estranhos ficando cada vez mais próximos, vindos do abismo.

- Corre.

Avisei a ele, que sem pensar duas vezes disparou dali. Eu fui atrás dando cobertura, já imaginava o que estava vindo. Vários verdugos filhotes bloquearam a porta de aço atrás de mim... Em contrapartida dos últimos que vi, esses eram mais orgânicos e de aspecto frágil... Outros deles estavam fechando o caminho para fora do salão. Siggy não quis nem saber e atropelou-os, fatiando tudo no caminho, enquanto eu fui empurrando-os de volta para baixo. Mas não pense que ficamos ilesos, ao custo de vários arranhões e mordidas conseguimos dar o fora dali. Ultrapassamos o corpo da besta, porém os monstrinhos não, na verdade, eles se reuniram ao redor e emitiram grunhidos de lamento, levando o corpo embora... Era surpreendente saber que essas coisas tinham sentimentos e pensamentos.

"Então foi assim que o último desapareceu aquela vez..."

Essa era nossa chance, então fomos embora para casa antes do portão fechar. Nos jogamos no gramado exaustos e feridos.

- Agora eu entendo o que você passa aí dentro.

- Você está melhor?

- Acho que sim...

Novamente olhei o dano do Verdugo e fiquei feliz pela minha ideia ter dado certo, fechando o machucado... Nos tornamos irmãos de sangue, praticamente.  Siggy ficou com febre e teve alucinações pelos dias que se seguiram, então cuidei dele, mesmo não entendendo as coisas sem sentido que dizia, como: Zumbis, Doença mortal, Sol vermelho e Escassez de comida... Ele ficou agressivo por um ou dois dias, porém consegui contê-lo com estratégias. Quando tudo isso passou, perguntei sobre tais coisas, mas ele não se lembrava de nenhuma delas - e eu não quis ficar insistindo também, mas com certeza uma hora todas essas informações iriam se encaixar.

[Semanas Depois...]

Mais uma vez a sirene soou e, tanto eu quanto Siggy, sabíamos o que significava.

Fomos até a caixa e ao abri-la encontramos um menino alto, de pele branca amarelada, olhos puxados e longos cabelos negros e lisos... Diferenciado.

- Onde estou? Quem são vocês?

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⏰ Última atualização: Mar 15, 2023 ⏰

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