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Nestha já não tinha muitos desejos na vida, muito menos o desejo de viver

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Nestha já não tinha muitos desejos na vida, muito menos o desejo de viver. Não se lembrava quando foi a última vez que teve tal vontade, se é que um dia teve...

Não havia nada de interessante em sua vida, não haviam mais sentimentos dentro dela.

Não havia nada.
Pelo menos era isso que Nestha achava. E o vazio, ela só conseguia suprir com as mesmas coisas. Bebida, apostas e noites inteiras passadas em bares e boates. A música lhe trazia paz, lembranças de uma vaga época de felicidade em sua vida, o álcool dava sensações que ela pensava haver perdido há muito tempo, ela nunca optou por ir além do álcool, drogas não faziam seu feitio, apesar das inúmeras chances que teve de experimentar desde seus anos de militar.

Nestha estava perdida, dentro de si mesma. Numa vida sem sentido, se é que podia chamar isso de vida.

Até o dia em que tudo mudou.

Ela passava outra noite em seu bar-boate favorito, sempre as mesmas atividades. Dançar até seus pés implorarem por descanso, beber até sentir tanto refluxo ao ponto de precisar correr até o banheiro mais próximo, e é claro, se meter em brigas. O que ela fazia no exato momento.

Nestha já estava meio fora de si, mas ela reconheceria um assédio em qualquer momento.
Uma mulher estava no balcão do barman, claramente sendo incomodada por um homem alto e de porte grande. Nestha se incomodou com aquilo, mas não fez nada a princípio, não até ver o homem literalmente enfiar a mão na saia da garota e ela gritar de susto.

Nestha avançou no mesmo momento e socou o rosto do homem com toda a força que sua versão embriagada tinha.
O homem era grande, mas cambaleou ao sentir o impacto direto em seu nariz.

— Mas que por... — Ele nem ao menos terminou a frase, ergueu os olhos para ver a loira parada a sua frente. O homem não conseguia acreditar que uma mulher havia acabado de quebrar seu nariz.

— Caso o soco não tenha sido o suficiente como mensagem, aqui vai o que quero passar: deixe ela em paz seu filho da puta. — Nestha disse entredentes, a ameaça saiu quase como um rosnado.

O homem ficou perplexo. Quem ela pensava que era? Ele não acreditou no que aconteceu. O que chamou sua atenção porém, não foi a ameaça da mulher, mas os risos a sua volta. Não, ele não ia deixar assim.
Ele avançou sobre Nestha.

Nestha se esquivou e lhe deu outro soco, dessa vez no lado de seu corpo. Como uma mulher conseguia ter tanta força nas mãos? Ele quase ficou totalmente sem fôlego.

Se esquivar tão rápido deixou Nestha levemente enjoada, por isso ela teve de apoiar as mãos no joelho depois do soco para evitar vomitar. O homem aproveitou a oportunidade e se jogou para cima dela, a derrubando no chão e cercando seu pescoço para a sufocar.

— Quem você pensa que é vadia? — Ele disse com raiva clara na voz.

Nestha tentou tirá-lo de cima, mas não teve forças, então segurou firme nas mãos dele e sorriu.
— Exatamente o que você disse, uma vadia. — Ela respondeu sem fôlego, o homem aumentou a pressão em seu pescoço.

Mᥲ'T᥉ᥙ'tᥱᥡ| A᥎ᥲtᥲr, T᥉ᥙ'tᥱᥡ.Onde histórias criam vida. Descubra agora