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Era tarde quando Nestha voltou ao seu corpo humano, mas todos a esperavam acordados.
Max ligou do acampamento principal para passar informações sobre a movimentação das tropas humanas.

- Nestha, tá uma loucura aqui, imobilização total. Estão carregando as naves como se fossem bombardeiros. Com cargas explosivas, parece até uma manobra de guerra. - Max resumiu tudo que estava acontecendo por lá.

Trudy apertou a arma que segurava.
- Filhos da mãe...- Ela xingou preocupada.

- O Quaritch tomou o controle de tudo, está furioso e nada vai para-lo. - Max continuou.

- Quando? - Foi tudo que Nestha disse.

- Seis da manhã de amanhã. - Então alguém da equipe chamou por Max. - Agora tenho que ir. - Ele desligou.

Nestha olhou para Trudy e Normy que estavam claramente nervosos.
- Assim ferrou né. - Normy foi o primeiro a falar.

Trudy riu levemente.
- E a ingênua aqui estava esperando um plano que não envolvesse sacrifício. - Ela murmurou cansada.
- A gente vai lutar contra armas pesadas com arcos e flechas. - O sarcasmo era evidente em seu tom.

Nestha se manteve séria.
- Eu tenho quinze clãs lá fora. São mais de dois mil guerreiros. Nós conhecemos as montanhas, vamos voar sobre eles, você vai! - Ela indicou Trudy. - Eles não conhecem. Nenhum instrumento vai funcionar lá, o rastreamento de mísseis também não. - Lembrou, Trudy pareceu se interessar. - Eles vão ter que atirar manualmente. A nossa vantagem nessa guerra, é que nós conhecemos o território. - Nestha finalizou.

Trudy perdeu o sarcasmo, então advertiu:
- Sabe que ele vai lançar aquelas bombas direto na árvore das almas, não é? - Nestha concordou.

- Sim, eu sei. - Admitiu.

- Se chegarem na árvore das almas, acabou. É a conexão dos na'vi com Eywa, com seus ancestrais. Vai destruir tudo. - Normy foi quem falou.

Nestha transmitia uma segurança para eles apenas com o olhar. - Então não vamos deixar esses desgraçados chegarem nela. - Falou com convicção. Trudy e Normy se olharam, então afirmaram em concordância.

Nestha não dormiu, ela voltou a se conectar com seu avatar e foi preparar os clãs para a guerra. Ela explicou os planos e incentivou todos a lutarem por seu lar, por Eywa. Por todo o povo. Tsu'tey esteve ao seu lado durante todo o discurso, assim como Neytiri.

O povo gritou no término das palavras de Nestha, aprovando tudo que ela disse. Os preparativos se iniciaram. Eles estavam esperando pelo povo do céu.

Nestha estava pronta para a batalha, caracterizada como uma verdadeira guerreira. Como Toruk Makto. Seu penteado havia sido feito por Neytiri, tranças. Que indicavam as vitórias de Nestha até agora com o clã omatikaya. As pinturas em seu corpo foram feitas por Tsu'tey, que combinou as cores do corpo de Nestha com as dele. Para finalizar, Tsu'tey deixou a marca de sua palma pintada diretamente no centro do peito de Nestha, Nestha fez o mesmo com ele. Assim ambos levariam um ao outro consigo na batalha.

Faltavam poucas horas para o ataque do povo do céu, Nestha aproveitou o tempo que sobrava para ir até a árvore das almas. Ela se ajoelhou e se conectou com um dos cipós.
- Eu sei que você está aí. - Ela começou a falar. - Eu sinto você, desde o início. Eu sempre senti você ao meu lado. Mas agora, mais que nunca, eu preciso de você. - Ela falava olhando para cima, tentando alcançar Eywa, onde quer que ela estivesse. - Eu preciso que saiba de uma coisa. Se a Grace está mesmo aí com você, olhe nas memórias dela. Veja o mundo de onde viemos. Não existe verde lá. Eles destruíram a mãe de nosso mundo. E vão fazer a mesma coisa aqui. Mais povo do céu vai chegar, e eles virão com uma chuva que nunca acaba. - Nestha nem ao menos viu quando Neytiri chegou, Neytiri ouvia atentamente o que Nestha dizia.

Mᥲ'T᥉ᥙ'tᥱᥡ| A᥎ᥲtᥲr, T᥉ᥙ'tᥱᥡ.Onde histórias criam vida. Descubra agora