CAPÍTULO XVI

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CAPÍTULO XVI ─ By Calitte

Sakura lentamente abriu suas pálpebras, a sua visão turva, tendo o teto branco do quarto como primeira imagem. De imediato sua cabeça foi tomada por uma dor latejante que, ao piscar os olhos para tentar enxergar com mais clareza o ambiente em que estava, piorou ainda mais. 

Engoliu a saliva, a boca estava seca e a garganta necessitava de água. Remexendo-se no colchão, resmungou com rouquidão, à procura de alguma movimentação dentro do quarto desconhecido para si. 

Não era o seu, disso ela teve certeza assim que acordou. Demorou longos segundos para que conseguisse erguer o tronco e ficar sentada no colchão. 

Ela respirou forte, inspirando e expirando sem muita dificuldade como temeu, o que foi um alívio enorme. Seu pescoço não estava doendo tanto como imaginava e agradeceu baixinho aos céus pela regeneração de suas costas e braços. 

O que, parando para analisar, a fez pensar que já estaria a um bom tempo ali. Talvez horas, no mínimo, para já estar se sentindo reconstruída de certa forma. Não completamente, mas o bastante para as dores que antes sentira não a incomodarem mais além da que latejava sua cabeça. 

Sabia que a dor de cabeça havia sido consequência do longo período de choro. Seus olhos provavelmente estavam inchados também. 

Mesmo sendo uma ômega, ela ainda sentia dores que fossem provocadas, como de qualquer ferida e machucado que sofresse, e principalmente de choros descontrolados, e aquele era o caso. Ainda tinha seu lado humano para algumas coisas. 

Bom, ao menos ela não podia ficar doente como as pessoas normais. Isso já era um grande livramento que seu lado lupino lhe dava. Ela nunca sentira cólica, nem ficara com febre ou de cama com a saúde debilitada por causa da chuva; não morreria de câncer ou outras doenças naturais nos humanos comuns. 

Enquanto estava divagando, ouviu a porta do quarto abrir e uma figura feminina aparecer. Focou-se nela com a testa franzida em confusão. Não a reconhecia. Na verdade, nunca vira a mulher na sua vida. 

A mulher era um pouco mais baixa que ela e tinha longos e lisos cabelos pretos-azulados, pele clara e olhos em um tom quase perolado. E, como era impossível não reparar, ela tinha uma grande e redonda barriga, o que denunciava que provavelmente estava grávida. 

Ficou intrigada observando-a se aproximar com uma bandeja cheia nas mãos e um caloroso sorriso nos lábios. 

─ Boa tarde, como está se sentindo? ─ indagou com delicadeza, deixando a bandeja prateada em cima da cômoda de madeira do lado da cama. 

Sakura piscou, processando a pergunta dela antes de abrir a boca e, com a voz quase irreconhecível para si mesma, disse: 

─ Eu estou bem, obrigada. ─ se esforçou para sorrir, não querendo parecer grosseira quando perguntou em seguida: ─ Quem é você? 

A morena sorriu ainda mais. 

─ Me chamo Hinata Uzumaki, querida. E você é a Sakura, acertei? 

A rosada tombou um pouco a cabeça para o lado, depois assentiu, ainda sorrindo fraco. 

─ Ah, sou sim. Muito prazer em conhecê-la, Hinata Uzumaki. ─ decidiu não perguntar como ela sabia o seu nome porque sua maior curiosidade era outra. ─ Onde eu estou? Como vim parar aqui? ─ se analisou, indicando a cama e o quarto com o olhar. 

Seus pensamentos eram uma bagunça. Ela não se lembrava de muita coisa depois de deixar a alcateia, só que andava sem rumo, não sabia qual o lugar, mas então sua visão ficou escura e seu corpo inteiro pareceu desligar da realidade. 

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