O Lobo Solitário

CAPÍTULO XXVII

CAPÍTULO XXVII ─ Por Calitte

Sasuke respirou profundamente. A ameaça da loba não o deixou apavorado, mas sabia que não deveria vacilar com ela nem por um segundo. Ele ainda queria tentar mudar aquela situação com uma conversa, claro, mas estava percebendo que talvez não funcionasse daquela vez. 

─ Você pode me ouvir, Sakura? ─ ele murmura, percebendo a fúria nos olhos da loba aumentando. ─ Sou eu, amor. Sasuke. Volta pra mim. 

Ele fez a sua última súplica, esperando que Sakura o escutasse onde estivesse. E depois de vários segundos sem uma resposta, suas esperanças desaparecem quase que completamente. 

Graças a sua cautela, Sasuke conseguiu prever o ataque da loba que pulou rosnando para cima de si. Ele desviou para o lado, rolando no chão lamacento e longe da varanda que estava. 

Ergueu-se a tempo de correr da ômega que o perseguiu com a boca aberta. Ela estava furiosa e o perseguiu para longe da casa. Sasuke correu e saltou para trás de uma moita, não tendo alternativa senão dar lugar ao seu lobo inferior. 

Ele caiu no chão já transformado, virou-se e rosnou alto para a loba que parou perto, analisando o alfa de pelos pretos como carvão e olhos rubis. 

Ela sentiu um tipo de corrente elétrica por todo seu corpo, mas a raiva ficou mais forte enquanto seus olhos fixaram-se um no outro. 

"Agora já chega." 

Izuna disse, a voz monstruosa e impaciente. 

"Acha que tem algum poder sobre mim?" 

Ela desdenha, implacável. 

"Eu não vou lutar. Você é minha companheira. Chega!" 

A sua frase apenas pareceu irritar ainda mais a ômega. 

"Então vou matá-lo para acabar com isso de uma vez." 

Ela pulou na sua direção, mas ele desviou antes de ser atingido por suas garras e se afastou dela. 

"Ah, você não vai querer fazer isso." 

Izuna se defendeu dos ataques seguintes, a loba não parou de avançar nele até que o cortasse com suas garras na região próxima a garganta. 

"Sua…" 

Ele se conteve, sentindo a ardência no local. Ela não estava se importando com isso, mas sim, satisfeita. 

"Vou fazê-lo sangrar até que não sobre mais nada." 

A fúria dele aumentou. A loba veio novamente, e ele se defendeu e a atacou com os dentes, por pouco não atingindo-a. 

"Então você também não me dá escolha. Vou obrigá-la a parar por mal." 

Nisso, Izuna avançou e a ômega também. Os dois se atracaram com violência e rolaram pela lama enquanto se atingiam com as garras e dentes. Os grunhidos e rugidos reverberam pelo ambiente que estavam, os sons de pele rasgando e cada vez mais o cheiro de sangue tomava o ar. 

Izuna foi jogado contra um meio tronco de árvore no chão, batendo as costas com força e permaneceu caído por alguns segundos, grunhindo com a dor. 

A ômega se aproximou. Seus pelos platinados eram agora da cor marrom pelo barro e algumas regiões em vermelho escuro pelo sangue de pequenos ferimentos, mas nem isso a impediu de avançar no companheiro caído e ficar por cima de seu corpo, impedindo-o de se mover. 

"Isso acaba agora."

Antes de cravar suas garras na garganta dele, Izuna abriu os olhos de supetão e mordeu a orelha da ômega, se pendurando assim nela e a fez cambalear para trás e o levou junto. Os dois caíram no chão e o alfa se manteve por cima, rosnando ferozmente para ela quando estava no controle.