CAPÍTULO II

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CAPÍTULO II ─ Por Calitte

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Depois de já estar tomada banho e vestida com sua camisola pronta para ir dormir, Sakura estava sentada na beira da cama olhando para a janela de vidro a qual era possível ver claramente a lua brilhante no céu, a luz dela iluminando seu quarto mesmo com ambas as partes da janela fechadas. Ela estava sem sono, observava o céu tentando sentir alguma coisa que pudesse ser um sinal, ao menos. 

Nada acontecia há mais de meia hora que estava ali parada. Em certo momento, bufou, desistindo e se jogando de costas no colchão macio. Fitava o teto escuro, cansada de esperar alguma coisa acontecer. 

Já passava das 1h35min da manhã, a insônia lhe atrapalhava todas as vezes em que fechava os olhos. Inquieta, se ergueu do seu lugar e caminhou pelo quarto, roendo as unhas sem nem perceber, ansiosa demais para algo que nem mesmo sabia se aconteceria. 

Andando para os lados há minutos, estava fitando o chão quando seu corpo travou no lugar assim que ouviu um uivo alto e capaz de fazê-la tremer inteiramente, não estava tão longe, tanto que não passou despercebido por seus ouvidos. 

Rapidamente seus olhos verdes se voltaram para a janela, ligeira caminhou até lá, procurando de onde tinha vindo o som. Abriu as janelas com rapidez, observando cada canto do seu jardim, mas não havia nada, então ergueu os olhos para fitar a densa e misteriosa floresta que rodeava toda a Konoha; ela estreitou o olhar para conseguir ver a luz da lua iluminar em um rastro algum pedaço de lugar lá dentro, quase como se indicasse-lhe alguma coisa naquela parte da floresta. 

"Deixe a lua te guiar. A lua cheia te mostrará onde deve ir". 

Nem mesmo se deu conta do momento em que se moveu para fora do quarto, desceu as escadas com urgência e abriu a porta; correu o mais rápido que conseguia na direção em que a lua direcionava. Olhando para o céu, Sakura buscou a direção em que seguir deixando seus instintos a guiarem, nem se importando com o fato de estar descalça, apenas de camisola e com os cabelos bagunçados, fora o mais rápido que conseguiu até que enfim passasse pelas árvores enormes, pisando em galhos secos e ferindo seus pés assim como pequenas poças d'água lamacentas no caminho não foram o suficiente para atrapalhar seu percurso. 

Naquela altura do campeonato já estava ofegante pela corrida, e quando passou a caminhar com urgência, ainda olhando para a lua, sentiu seu coração acelerar cada vez mais que se aproximava, um turbilhão de sentimentos lhe tomaram, ela queria saber o que lhe esperava, o que acharia ali. 

A terra estava úmida, conseguindo sentir o odor até mesmo das pedras umedecidas pelo orvalho. O lugar que estava vendo não era totalmente desconhecido, era como se já tivesse percorrido aquele caminho mais de mil vezes. Podia ouvir perfeitamente o som da sua respiração, a batida do coração, o vento lhe acariciando o rosto enquanto seguia mais atenta por uma trilha quase imperceptível. 

Finalmente, após muito tempo andando sem saber se estava de fato no lugar certo, ouviu som de água, e apressando-se, chegou em um lugar onde pôde contemplar uma visão mais do que perfeita, era como um... Paraíso. 

Era um pequeno lago com a água mais cristalina que já tinha visto na sua vida e uma grande e bonita cachoeira ao fundo, o pedaço de lugar iluminado totalmente pela claridade da lua cheia que brilhava mais do que nunca no céu sem estrelas, refletindo-se na água. 

O pior foi que não se deu conta de onde realmente estava indo, um lugar como aquele que nunca tinha visto e que aparentemente não tinha nada do que estava procurando. Lentamente se aproximou mais do lago, ficou observando a água e voltou-se para a lua no céu, deixando seus ombros caírem, decepcionada ao constatar que realmente não havia nada além da paisagem magnífica. 

O Lobo SolitárioOnde histórias criam vida. Descubra agora