Capítulo 8- Eu te desejo

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Boa leitura...

— Então a senhora está dizendo que Kaira, está sendo perseguida por esse homem na imagem?— o policial acariciou a barba e analisou a foto da filmagem.

— Isso, senhor.

— Estranho… Bem, se tiverem mais provas podem voltar aqui— o homem se ajeitou e virou a cadeira com rodinhas para o outro lado.

— Mas vocês não vão nem investigar, ou entrar com uma medida protetiva?— Cristina perguntou preocupada

— Essa festa aconteceu no final de dezembro, já estamos em janeiro e esse homem não voltou a incomodar, se houver mais alguma situação semelhante, vocês voltam aqui, fora isso, não vejo problemas.

Cristina levantou indignada e saiu da sala, de encontro a Marcos e Dori, que esperaram ao lado de fora da delegacia.

— Como foi?— o jovem perguntou preocupado

— Acho que a segurança desse país está ficando igual a do Brasil.

Me segurei para não rir da fala da Cristina, afinal, o Brasil era o meu país.

— O que vamos fazer então?— Marcos questionou— acho que devemos contratar um segurança particular.

— Não! Não quero dar trabalho para ninguém, como o policial falou, pode ser algo bobo e na verdade nada grave

— Mas é o amante da sua mãe — falou Cristina entreabrindo os lábios, como alguém que quisesse dizer "como você irá confiar em alguém que tem envolvimento com a sua mãe?"

— Não tem problema, Cristina! A senhora já ajudou demais, se acontecer mais alguma coisa, podemos voltar na delegacia — tentei acalmá- la.

Caminhamos pelas ruas de pedras a caminho de casa. Graças ao tempo limpo e quente, paramos em uma sorveteria antes de chegar em casa. Acredito que Cristina planejava criar boas memórias para mim, memórias onde eu não estivesse chorando, mas sim sorrindo e desfrutando de bons momentos com pessoas que me amassem, se não foi um plano dela, tinha tudo para ser.

Peguei o sorvete de creme na casquinha, coberto por calda quente de chocolate, que o fazia derreter na hora. Dori não tirava os olhos de mim, congelava cada risada minha como se fosse a última, fazia o possível para que aquele momento não acabasse, e eu senti como se ele realmente fosse eterno.

Depois de desfrutar dos sorvetes, voltamos para casa de encontro com Ayla, que brincava com a amiga na casa ao lado. Pela primeira vez não senti inveja da família dela, talvez porque parecesse a minha própria família.

— Ayla!!— gritei e a menina arregalou os olhos surpresa com o picolé em minha mão

— É meu?— ela perguntou correndo em minha direção e eu assenti, entregando o picolé de uva para a menina— que bom que vocês não foram burros de me esquecer— a garotinha pôs as mãos na cintura — aí de vocês se tivessem comido sorvete e não trouxesse para mim

— A Kaira que lembrou, eu te deixaria sem— Dori falou provocando a irmã, que se preparou em posição de combate

— Chega, chega! Vamos entrar — Cristina segurou a filha antes que uma luta de MMA se iniciasse.— Muito obrigada Yuna, e você é sempre bem vinda lá em casa também, Mia— agradeceu

— Sério? Posso ir hoje?— Mia deu pulinhos e sorriu, fazendo os olhos puxados fecharem

— H-hoje…?— a mulher pareceu confusa e olhou para o marido que ergueu as sobrancelhas

— Hoje? É….— Marcos pensou em uma boa desculpa para negar a criança — Hoje estaremos muito ocupados, talvez outro dia, que tal?

— Tá bem…

𝐎𝐧𝐝𝐞 𝐦𝐞𝐮 𝐚𝐧𝐣𝐨 𝐦𝐨𝐫𝐚 - Dori Sakurada Onde histórias criam vida. Descubra agora