Nunca sabemos como, de fato, um segredo pode ser obscuro. Tão sombrio quanto os gatos que rondavam a cidade onde eu morava: Salem.
Éramos apenas crianças, quando tudo começou. Quando os segredos, só se tornaram secretos porque não podíamos mais co...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Eu estava tomando café da manhã na cozinha (ou pelo menos tentando), enquanto meu pai lavava a louça de costas para mim.
Na minha frente havia rosquinhas de leite, suco de laranja e pão, mas em minhas mãos eu segurava apenas uma xícara de café.
Eu estava com muita dor de cabeça, mesmo já tendo tomado um comprimido pra isso, em que meu pai tinha insistido que eu tomasse.
Não me lembrava de quanto tempo demorou até que eu dormisse ontem a noite, mas acordei ainda deitado na escrivaninha, com os olhos inchados e a cabeça latejando.
Eu não me atrevi a entrar no quarto de Lizzie ainda, então eu apenas bebia meu café, refletindo sobre tudo.
Quem olhasse de longe, poderia ver um dia normal, com uma família feliz. A mãe dormindo, o pai lavando a louça com tranquilidade, o filho mais velho tomando café da manhã e a filha mais nova no quarto.
Mas a realidade era que minha mãe estava de ressaca no quarto, dopada com calmantes que meu pai tinha convencido ela a tomar. Ele por outro lado, estava com o rosto acabado, e parecia também totalmente deprimido. Eu era cúmplice de um assassinato, já que prometi a Sam não contar a ninguém. E minha irmã não tinha acordado até agora.
Isso me deixava preocupado. Será que ela tinha desmaiado fortemente? Ou...coisa pior. Eu precisava verificá-la.
Abandonei meu café bebido pela metade, e subi as escadas. Meu pai estava tão atordoado que mal ligava com o que eu fazia ou deixava de fazer.
Assim que fiquei de frente para a porta fechada, segurei a maçaneta e a girei lentamente para o lado, abrindo a porta devagar e me deparando com Lizzie ainda deitada na cama, com o rosto virado para a parede, de forma que eu não poderia vê-lo.
Respirei fundo e entrei, ficando parado no meio do quarto, uma certa distância longe dela.
Mas uma coisa me chamou atenção, em cima da mesinha de madeira que ela usava para desenhar, no canto do quarto ao lado do guarda-roupa.
