Nunca sabemos como, de fato, um segredo pode ser obscuro. Tão sombrio quanto os gatos que rondavam a cidade onde eu morava: Salem.
Éramos apenas crianças, quando tudo começou. Quando os segredos, só se tornaram secretos porque não podíamos mais co...
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O interior do museu me dava calafrios. E não apenas pelo ar gelado lá de dentro.
Sam caminhava a minha frente, olhando ao redor a procura de alguma porta que levasse ao porão. Não parecia ligar muito aos detalhes e obras daquele lugar.
Haviam muitas esculturas de mulheres inocentes em um julgamento, sendo acusadas de bruxaria e feitiçaria. Já outras eram mais diretas ao ponto, com réplicas pequenas de como era feito um enforcamento.
Passamos por um que me chamou bastante atenção.
Enquanto Sam prosseguiu em linha reta por um corredor, eu parei em frente a obra que fiquei curioso em ver.
Haviam outras pessoas a nossa volta, mas não muitas, talvez umas dez ou menos.
Atrás de uma barreira curta de ferro que impedia que os visitantes a ultrapassassem, uma árvore com galhos enormes e secos muito familiar se encontrava ali, mas é claro, uma réplica de mentira. Ao redor dela haviam pentagramas feitos com gravetos, todos espalhados ao redor de suas raízes. E bem no centro dela, pendurada por uma corda em seu pescoço, havia uma mulher de cabelos ruivos encaracolados e longos. Ela tinha morrido com os olhos abertos, que pareciam querer pular fora de suas órbitas. As veias eram perturbadoramente realistas, assim como seus olhos castanhos.
Não tinha o nome dela escrito na placa, mas sim a seguinte informação:
"Enforcamento de 1664, Salem Massachusetts."
Um arrepio na espinha me ocorreu enquanto eu olhava para aquela árvore. Ela me era tão familiar...não poderia ser a macieira, poderia? Talvez o mesmo terreno...
Mas assim que esse pensamento me ocorreu, uma mão tocou meu ombro, me fazendo dar um pulo.
— John, o que você tá fazendo? — Era Sam.
— Apenas parei para olhar essa peça do museu.
— Não sei se você reparou, mas não estamos aqui pra isso. — ela respondeu com rigidez, enquanto olhava para a mulher.
