capítulo 11

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Allan....

Sabe quando você pensa que as coisas voltaram ao normal, que está tudo de volta no eixo, no encaixe certo?
Pois é.
Eu pensei que realmente podia respirar de novo, porque de certa forma estava me empenhando muito pra que tulipa me perdoasse, e acreditava que isso aconteceria.

Só que como o carma é um grande filho da puta, toda essa tranquilidade da semana se foi num passe de mágica.

Enquanto aguardava a resposta da minha linda secretária sobre o pedido de almoço, simplesmente minha sala foi invadida por uma Lisa completamente louca aos berros como se estivesse na sua própria casa.

Nunca gostei de gritos ou berros, sempre que tinha que lidar com algo desse tipo procurava falar num tom o mais audível e brando possível, só quando não tinha realmente o que fazer, aí eu saía do meu prumo, e agia de forma irracional.

- Mais que merda é essa aqui?
Posso saber porque todo esse escândalo.

- Allan Amor!!
EU NÃO ACREDITO!!!! NÃO ACREDITO!!

- Não acredita o quê? Será que dá pra explicar!!

- VOCÊ VAI SER PAPAI!!!!!!!
NÓS VAMOS TER UM BEBÊ!!!

- Como é que é???
Que brincadeira sem graça é essa Lisa? Vamos me responda!!

Meu sangue começou a ferver.
Aquela maluca só poderia estar de zoação com a minha cara... não é possível.
Eu sempre fui responsável, sempre usei preservativo, nunca fui descuidado a esse ponto.
Não seria louco de colocar uma criança no mundo com uma mulher dessas.

Parei todos os meus devaneios com a imagem de Tulipa paralisada na porta, completamente em choque com seus olhos arregalados assistindo toda aquela cena ridícula e sem cabimento.
Agora eu estava encrencado de vez.

- Olha Amor!!! Olha!...Eu não estou mentindo, e não é nenhuma brincadeira.

Lisa me estendeu um papel onde comprovava sua gestação, e eu se quer me lembrava quando foi o dia que fizemos o bendito bebê.

- Isso não é possível! Eu não lembro!

- É sim Allan!!
Lembra daquela noite onde bebemos um pouco a mais no seu apartamento, e acabamos na cama incendiando, e que logo de manhã a dor de cabeça te pegou de jeito, pois foi nesse dia que o bebê foi feito, e a prova está nesse exame.

Foi como um estalo na minha cabeça e as lembranças distorcidas daquela maldita noite vieram como um raio acertando em cheio, mas o que me incomodava era o fato desses fleches de memória serem falhos.

Aquela noite Lisa foi até meu apartamento se desculpar por uma discussão que tivemos, e pra selar a paz ela me ofereceu uma taça de vinho.
Lembro que após beber me senti um pouco mal, depois tudo se tornou um borrão, como uma noite chuvosa e escura, e no outro dia acordei parecendo que um caminhão havia me atropelado, com a cabeça explodindo num ponto onde se quer consegui ir trabalhar.

Mais que merda..... porra... estou completamente fodido.
Se eu fosse escolher alguém para formar uma família, de toda a certeza não seria a Lisa.
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Tulipa....

Parecia que o chão havia sumido diante dos meus pés.
Tudo aquilo que escutei só me fez perceber que as coisas realmente não eram pra acontecer, que nada era pra mim, e que era como um castigo por algo que se quer eu lembrava de ter feito ou se merecia.

Meu mundo tinha desabado, tudo porque o homem que eu sempre fui apaixonada iria ser pai, e de um filho que não era meu.
Eu era muito idiota de pensar que algum dia poderia ficar com ele, de que algum dia esse sonho se realizaria, e eu pudesse ser feliz da forma que queria.

"*Isso trouxa... se lascou.
Agora ele tá preso naquela vaca pra sempre*".

"*É isso que dá: amar alguém que não vai ficar com você,  e ainda por cima se prender a esse sentimento e não se dar a chance de conhecer outro alguém. *"

Minha cabeça me castigava através da consciência, me jogava na cara o quanto eu realmente era burra e acreditava no conto da carochinha.

Eu queria gritar, fazer um escândalo, chorar desesperadamente, mas simplesmente não derrubei uma lágrima se quer.
Não sei se é o calor do momento, mas decidi não me envolver.
Não entraria num jogo onde sabia que iria perder, não destruiria uma família que estava se formando, não deixaria uma criança que se quer tinha nascido ainda ter seus pais separados por causa de um capricho.
Eu sabia bem qual era a sensação de viver sem ter um pai, só que no meu caso o meu progenitor havia morrido antes mesmo de eu ter vindo ao mundo, quando ainda era só uma gestação de 7 meses.

Resolvi não dar explicações e sair.
Iria almoçar sozinha, ou tentar pelo menos, porque de certa forma nada desceria na minha garganta.
Precisava colocar minhas ideias no lugar e fechar por completo o meu coração,  só que pra isso acontecer precisava estar longe.... O mais longe possível.

......continua......
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Tadinha né gente.
Tulipa não merece esse sofrimento todo.
Só espero que tudo se resolva.

Próximo capítulo será um bônus,  mas se tiver pelo menos 3 COMENTÁRIOS DE LEITORES DIFERENTES irei postar além do bônus mais um episódio.
Então vamos lá gente.
Ajudem essa escritora aqui.🤗
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Bjinhos da lu💋

Depois que você foi embora ( Em Postagem)Onde histórias criam vida. Descubra agora