capítulo 24

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TULIPA...

Por que será que o amor dói tanto?
Queria ter a resposta pra essa pergunta, mas infelizmente não tenho.

Sabem quando eu falei que algo não estava certo!....pois é, eu acertei.

As coisas estavam indo bem, minha aproximação com Allan estava maravilhosa.
Eu lhe visitava praticamente todos os dias no hospital, algumas vezes antes de ir para a empresa, outras no horário de almoço, e até no final do expediente, e sempre lhe levava comida escondida, coisas do tipo: sanduíches e sucos naturais, e até mesmo chocolate meio amargo que sei que ele adora.

Mas sabe quando a gente acha que tudo está muito bom, e ao mesmo tempo sente que algo vai acontecer...pois é....aconteceu.

A cerca de quase um mês atrás eu estava indo lhe visitar bem no horário de almoço e quando iria entrar em seu quarto escutei algo que me entristeceu muito.
Pensei que aquele incidente dentro do seu escritório com o anel de brilhantes fosse apenas um mal entendido, mas ao ouvir da própria boca dele que se casaria com aquela vaca assim que se recuperasse, e que ela já podia dar entrada nos preparativos para a cerimônia simplesmente tirou meu chão.

Queria muito naquele momento gritar e dizer pra ele não casar com ela, implorar que fugisse comigo pra bem longe de todos esses problemas, mas eu não poderia fazer isso, porque ele estava certo em assumir o seu papel de homem, e honrar com suas obrigações.
Ele estava certo em dar uma família para aquela criança que estava à caminho, e não seria eu à me tornar uma destruidora de lares.

Ali, naquele corredor escutando atrás da porta prometi a mim mesma que me afasteria, e deixaria que Allan desse continuidade à sua geração,  mesmo que não fosse comigo, e tudo porque quem realmente ama deixa partir, deixa seguir em frente.

Virei as costas e retornei de onde vim, prometendo também que aquelas seriam as últimas lágrimas que derramaria, e com a decisão certa, ou o que eu pensava em ser certa tomada na minha mente.

*Estava na hora de ir embora por definitivo, seguir o meu caminho e tentar recomeçar em outro lugar.*

E por essa razão também decidi não ir mais visitá-lo no hospital.
Não aguentaria ter olhar nos seus olhos e fingir estar bem.
Essa com toda certeza não seria eu.
.........

Quando cheguei na empresa fui direto ao meu computador redigir minha carta de demissão, e deixaria para entregar ao RH alguns dias antes da alta de Allan.
Algumas pessoas naquele setor ficariam espantadas com a minha decisão, mas não me julgariam e nem falariam nada, apenas acatariam o meu pedido.
Avisaria que não compriria o aviso prévio por que não precisava, e pediria que meu salário  do mês trabalhado fosse depositado diretamente na minha conta.

Não daria satisfações e nem explicações de minha partida  porque não teria o que explicar.
Como eu falaria pra alguém que estava indo embora por amor.
Seria meio patético.
Poderiam me chamar de covarde por não lutar, mas sabia que naquele caso seria uma batalha perdida.

Eu jamais poderia ficar num lugar onde veria o grande amor da minha vida desfilando com a esposa e o filho pra cima e pra baixo, e não deixar de sofrer por não ser eu ali no lugar da outra.
Não poderia ficar num lugar onde estaria o tempo todo de frente com ele , e  fazer com que as lágrimas não caíssem pelo fato de eu jamais poder tê-lo em meus braços.
Isso me mataria da forma mais dolorosa possível.

Confesso que pode não parecer correto, mas prefiro mil vezes fugir e tentar juntar os caquinhos do meu coração, do que destruí- lo por completo, e jamais poder concertar.
..........

Depois que você foi embora ( Em Postagem)Onde histórias criam vida. Descubra agora