O que você faria por amor?
Tulipa é uma secretária pessoal dedicada e esforçada, trabalha a 5 anos para as empresas Miller, e nunca se deixou abater pelos infortúnios que atravessavam em seu caminho, ou pelo mau humor de seu chefe.
Ela sabe que de...
Duas semanas desde que aquele episódio da "ligação não feita" se passaram, e agora allan fica me olhando de um jeito estranho aqui na empresa.
Já vi ele de rabo de olho pra cima de mim várias vezes, e confesso que isso me deixa um pouco assustada.
Queria que seus olhares fossem de amor, mas não posso ficar me iludindo com sentimentos que provavelmente existem só dentro de mim.
É ruim amar sozinha, é ruim sentir que não é correspondida. Isso machuca e dói muito.
Saí dos meus desvaneios quando melissa falou comigo.
- que carinha triste é essa?
- não é nada demais, apenas estou cansada!
(respondi disfarçando com um sorriso que não chegou aos olhos).
Melissa é a assistente e noiva de matt, o irmão de allan, e também uma ótima amiga que fiz ao longo desses anos. Tanto ela quanto matt sabem que sou apaixonada por allan a bastante tempo, e os dois torcem muito pra que um dia ele se toque e abra os olhos, e quem sabe possamos ficar juntos.
E só o que eu posso fazer é esperar e rezar por um milagre, mas até lá fico eu aqui que nem uma boba apaixonada desejando ser a dona do coração daquele ranzinza. ..........
Como o espediente estava quase no final, e já não tinha mais o que fazer, resolvi dar uma organizada na minha mesa pra que não fique bagunça pro dia de amanhã.... .... mas como o carma é um grande filho da puta, a felicidade de ter a calma do final do dia foi pra puta que pariu com o telefone tocando.
O pessoal do administrativo me avisa em cima da hora que acabaram de enviar alguns documentos por e-mail que precisavam da assinatura do poderoso chefão.
Então lá fui eu, imprimir a merda da papelada, e levar até a sala do todo poderoso e receber sua caligrafia no finalzinho da folha, mas nada me preparou para a cena que vi ao bater e adentrar sua sala.
Engoli em seco e travei no lugar completamente.
Lá estava ele, ajoelhado no chão com um lindo anel de brilhantes nas mãos diante dela..... daquela sinica interesseira.
Senti minhas pernas falharem de leve, minhas mãos tremerem e uma dor sem tamanho no meu coração.
Tirei força não sei de onde, mas caminhei cambaleante até sua mesa e deixei os documentos sobre ela, torcendo pra que ninguém percebesse a tristeza que eu apresentava.
Saí de lá tão rápido quanto o flash, se quer notando quando melissa me chamou. Fechei o notebook sobre minha mesa com uma certa força, peguei meu casaco que estava na cadeira, minha bolsa e meu celular e corri até o elevador com os olhos ardendo pelas lágrimas que teimavam em querer sair.
Apertei várias vezes o botão que abre as portas do elevador, sem se quer notar que o mesmo já estava aberto, e que matt saia de dentro com dois copos de cafés em mãos.
Quando as portas se fecharam comigo já dentro, pude ver o deslumbre de allan saindo de sua sala com certa pressa, olhando na minha direção, arregalando seus olhos, quem sabe por ver uma lágrima solitária que escorreu na minha face, ou quem sabe pra me xingar por ter invadido seu momento com aquela azinha dos infernos.
Na solidão daquela caixa de metal me permiti derramar tudo o que estava preso dentro de mim, transformando toda a maquiagem em apenas borrões em meu rosto.
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Me sentia um lixo, alguém que jamais seria amada por aquele que seria capaz de dar o mundo inteiro. Sentia meu coração ser assassinado, como se tivesse um milhão de facas atravessando meu peito.
Meus pensamentos gritavam dentro da minha cabeça. " ele vai se casar com ela" "Ele se ajoelhou pra ela, e não pra mim" "Isso sua idiota... Você se quer teve chance"
É isso que dá.. ..me apaixonei por um cara que não me quer.
Não sei como entrei em meu carro no estacionamento da empresa e dirigi até o primeiro buteco que encontrei, só sei que de lá eu saí pior do que entrei. ..............
Grudada na terceira ou quarta garrafa não sei ao certo, sentada na areia da praia, olhando a imensidão do mar totalmente perdida em lágrimas.
Nesse momento a única companhia que tenho é um pequeno pulguentinho que apareceu do nada.
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Não sei quem são seus donos, mas pelo visto abandonaram o pobrezinho.
- é pe..que..no ....."glup" Kkkkkkkk - somos do..dois fudidos e sem a..amor! -vc qu..quer ir pra casa comigo. ...glup...
Peguei aquela pequena criaturinha que estava um pouquinho suja e levei comigo. Deixei meu carro no estacionamento da orla da praia e voltei pra casa de taxi. Não queria causar nenhum acidente de trânsito por causa da bebida. ..........
Quando cheguei em casa, mesmo entre trancos e barrancos já era tarde e minha mãe estava preocupada. Não que eu devesse satisfação da minha vida, mas sempre a respeitei e avisei quando chegaria mais tarde, ou quando não dormiria em casa, mas nesse caso nem nela eu pensei.
Me joguei nos seus braços e chorei horrores, derramando ali toda a minha dor, minha angústia e mágoa, explicando tudo o que tinha acontecido.
Ela como sempre não disse uma palavra se quer, apenas ouviu meus desabafos e me acolheu e aconchegou com todo o amor que uma mãe tem.
As vezes o silêncio vale mais que todas as palavras do mundo. As vezes um abraço se destaca em meio à várias coisas ditas.
Palavras o vento leva, o que permanece é o carinho dado.
