Decepção. Essa era a expressão que tomava conta do rosto de Dick. Ele teve que me buscar na escola e ouvir toda história.
Conner aliviou minha barra dizendo que foi uma brincadeira entre nós e estava tudo bem. Só fiquei suspenso pelo resto do dia. Quando me deixou em casa, Dick não falou nada.
Ele entrou no apartamento, tomou um banho e ligou para o trabalho. Eu tirei a mochila e o casaco e sentei no sofá, esperando um sermão. Ele não disse nada, nada além de um olhar distante e decepcionado. Aquilo era pior que qualquer castigo. Dick estava magoado comigo.
Se ele ficou de mal comigo, eu não sabia mais o que fazer da vida. Não tinha ninguém alem dele no momento e eu não queria que ele pensasse que deveria se livrar de mim também.
- Dick – tentei falar – Eu não queria machucar ele. Só dar um susto
Ele atirou uma de suas shurikens contra mim, cravando ao lado do meu rosto.
- Isso é um susto – ele disse, irritado – Sabia que eu não ia te machucar, mas não previu que eu faria isso. Você tentou machucar alguém e agora diz que foi só um susto já que não saiu como planejado. Estou entendendo por que o Bruce te despachou.
Aquilo quebrou meu coração. A única pessoa que ainda tinha um sentimento por mim Provavelmente nem iria mais me querer por perto.
Dick ficou um dia comigo e viu que eu não tinha salvação. Cinco anos lutando lado a lado e só agora ele viu o monstro que Damian Wayne era.
- Tem comida na geladeira e acho que você sabe usar o micro-ondas. Nem pense em sair até eu voltar.
Ele saiu, batendo a porta com força. Eu tomei um banho e fiz uns exercícios para manter a forma.
Eu estava irritado. Sabia que estava errado por sentir raiva mas não consegui evitar. Fui colocado no inferno, longe de onde deveria estar e agora estava suspenso por empurrar um kryptoniano de um lugar alto.
Eu queria botar essa raiva para fora. Bom, meu pai confiscou meu traje e meus brinquedinhos, mas Dick ainda guardava os dele.
Encontrei seu antigo uniforme e seu bastão. Era hora de o Robin sair.
- Grayson, seu filho da mão – falei, correndo pelos telhados enquanto a lua subia pelo céu. – Agora sei por que guardou isso.
O traje era justo, principalmente entre as pernas. Me perguntava como iria fazer xixi.
Um prédio baixo, com um beco estreito atrás e três caras com um cigarrinho do capeta. Do jeito que eu estava, era capaz de eu pedir um.
Mas isso não me chamou atenção, e sim o pequeno menino que eles seguravam.
Aproximando-me do grupo, ouvi eles rindo e fazendo sons estranhos.
Estavam chapados.
- Eu já trouxe o que pediram – disse o menino – Me deixem ir embora.
- Calma, carinha. – o rapaz que o segurava disse, tossindo logo em seguida – Voce tem sido generoso com a gente, mas queremos uma coisa maior.
- Que coisa? – o menino começou a chorar.
- A raiz. Queremos saber onde consegue.
- Eu já disse. Meu pai vende.
- E onde você mora? – um deles se agitou – O endereço.Caí na frente deles e puxei o bastão.
- Anotem aí: Rua Vai se fuder número 171.
Eles atacaram juntos. Acertei o bastão no rosto do primeiro e sua ponta no peito do segundo.
O terceiro sacou um canivete, mas atirei uma shuriken em sua mão e arranquei dois de seus dedos, o fazendo soltar a faca.
Dei um soco em seus rosto e saltei contra seu peito, acertando o joelho nele. Os outros dois se levantaram, mas os ataquei rapidamente e os derrubei com golpes nas pernas.Com os três no chão, avancei sobre o garoto.
- Se eu souber que está vendendo essa merda – falei – Vai se juntar a eles.
Ele saiu correndo, gritando e chorando. Que noite produtiva.
Tudo que eu queria agora era um iate cheio de mafiosos, corruptos, prostitutas e muitas drogas. Adoraria acabar com cada um e recriar a cena do Titanic.
Quando voltei para o apartamento, escalei até a janela do quarto de Dick na intenção de entrar sorrateiramente. Ele provavelmente ainda nem teria voltado. Porém, vi algo que me deixou paralisado.
Dick e Kory, na cama.Ambos completamente nus e ela sentada por cima dele se movendo para cima e para baixo freneticamente, gemendo e alisando o peito de Dick enquanto ele respirava ofegantemente e segurava os seios de Kory.
Kory tinha o corpo mais lindo que já vi. Por alguns segundos, me imaginei no lugar de Dick. Imaginei ela comigo, seu corpo com o meu.
Após sair do transe, atravessei para a janela da lavanderia e troquei de roupa com as que estavam na secadora.
Comecei a preparar uns tacos com alguns ingredientes que comprei no mercado antes de voltar para casa. Sim, um jovem usando um uniforme de herói em um super mercado. Imagine a cena.
Coloquei fones de ouvido para fingir que não estava escutando nada e aumentei o volume até não escutar um único ruído de fora.
Quando Termeinei os tacos e os levei para sala, Dick e Kory estavam saindo do quarto. Ela, mais uma vez, usava apenas uma calcinha e uma camiseta do Dick.
Ele tinha apenas uma calça de pijama com raios do Flash.
- Então também é cozinheiro? – Kory sentou ao meu lado, quase me esmagando com suas pernas.
- Apenas tacos – falei – Receita do Alfred
- Ele sempre manda bem – Dick senta ao lado de Kory e pega um taco também. – E Damian aprendeu direitinho.Ele estava mais alegre e calmo. Depois do que vi pela janela, não tinha como ele não estar calmo mesmo.
- Vamos sair amanhã – disse Kory – Que tal ir conosco?
- Ele não vai querer – disse Dick – Além disso, está de castigo.
- Ah – Kory ficou envergonhada – você falou. Acho que terão muito que conversar não é?
- Temos simEla se vestiu, eles se despediram. Ganhei um beijo na testa e então ela foi embora.
- Desculpa – falei – Dick, eu sinto muito mesmo. Eu não queria perder o controle logo no primeiro dia. Eu fui arrancado da minha casa, do meu pai e colocado em um lugar onde as pessoas riem de mim por não escalar uma merda de parede.
- Eu entendo, Damian. Entendo mesmo. Mas preciso que você se esforce para se adaptar. Não pense que é fácil, pois não deve ser mesmo, mas não é nada desafiador. Odeio mudanças, o período de adaptação, conhecer gente nova. Você consegue. Sei que consegue.
- Eu vou tentar. Prometo
- E mais uma coisa
- O que?
- Sei que estava na janela nos olhando
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Apenas Damian Wayne
FanfictionAo completar 15 anos, Damian Wayne é mandado para Bludhaven com o objetivo de ficar longe da vida de vigilante. No início, Damian se revolta com a situação mas acaba aceitando após conhecer algumas pessoas. Com o retorno de um velho inimigo, Damian...