O maldito Super Blinder

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Se antes Conner atravessou um porto em um salto, seu voo até Gotham foi como andar de avião. Ele estava estável, voando em linha reta e sem acelerar muito para que eu não caísse.

Quando pousamos no pátio da mansão balanceei ao soltar Conner e senti um enjoo. Eu realmente preferia ter nadado.

- Tudo bem? – Perguntou Conner
- Claro. Só...

Tudo que tinha em meu estomago saiu. Vomitei tanto que minha barriga chegou a doer. O voo não me fez bem.
Me apoiei em Conner e andamos até a porta da frente.

- Não tem alarmes nem nada? – pergunta Rachel
- Tem um dos melhores sistemas de segurança aqui – falei, engasgando – Mas também tem reconhecimento facial.

Quem nos atendeu foi Alfred. O velho mordomo britânico nem ergueu uma sombrancelha quando me viu. Eu esperava um pouco de alegria pelo menos.

- Patrão Damian – disse ele – Vejo que meu chá de ervas e tangerinas deve ajudar no momento. Entrem.

Assim que entramos e ele fechou a porta, virei para Alfred.

- Cade o meu pai?
- Patrão Bruce e o resto da liga da justiça estão do outro lado do planeta enfrentando uma criatura que parece uma estrela-do-mar gigante.
- É cada uma, hein – disse Conner – Aí, vovô. Rola uns biscoitos com esse chá?

Alfred nos deixou na sala de estar, onde me deitei em um dos sofás e relaxei o corpo.

- Achei que voltar pra casa faria eu me sentir bem – Falei, sentindo uma queimação na garganta.
- Patrão Damian – Alfred voltou com o chá e bolinhos, mas Conner comeu mesmo assim – Acredito que, na condição em que veio, deve estar com problemas. Tem algo que seu velho mordomo possa fazer?
- Mais três litros deste chá – bebi com pressa – Temos que pegar algumas coisas e sair logo.

Para me contrariar, um trovão ecoou do lado de fora e em seguida começou a chover.

- Já deve passar – falei – Se preparem, já vamos sair.
- A pressão do voo foi demais para você – disse Rachel – Tem que repousar. Além disso, todos nós temos que dormir.

Ela parecia irritada. Mas não poderia culpa-la. Ela se deu ao trabalho de me salvar de pesadelos e alucinações, me pediu para ficar e agora estava ali comigo contra sua vontade.

- Podem subir e se acomodarem onde quiserem. Se precisarem de algo. Tem um sino em cada quarto para me chamar.
- Eu vou dormir depois – fiquei de pé – Preciso resolver algumas coisas na batcaverna.
- O senhor poderá resolver pela manhã, patrão Damian. Agora descanse.

Rachel deve ter lançado algum feitiço em mim, pois não tive nenhum pesadelo. Quando acordei, tomei um banho e vesti algumas roupas novas. O chá de Alfred aliviou o desconforto na garganta e a dor de cabeça.

Na cozinha, Conner devorava um bolo inteiro enquanto Alfred o olhava sem surpresas. Para alguém que já recebeu o Superman, aquilo era normal. Conner havia tomado banho e estava com roupas novas.

Provavelmente de Tim, pelo tamanho.
Rachel estava na ponta da mesa, também com roupas novas. Desta vez ela olhou para mim, mas ainda estava irritada.

- Bom dia – falei – Alfred, obrigado por nos receber, mas temos que sair logo. Só vou lá embaixo para pegar uma coisa.
- Seu uniforme está na mochila com alguns equipamentos que serão uteis em sua missão, patrão Damian. Peço apenas que experimente minha omelete verde, com ingredientes frescos.
- Você é o melhor mordomo do mundo. Vou aceitar.

Apenas Conner tinha habilitação, mas eu também sabia dirigir. Alfred permitiu que pegássemos o antigo jipe de Dick, que ele não usava desde que se mudou.

Apenas Damian WayneOnde histórias criam vida. Descubra agora