the poet meets the king

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— Vossa majestade? O jovem Na chegou. — Anunciou um dos servos do castelo enquanto o rei estava sentado sob a janela de seu quarto, observando a vida lá fora.

— Sirva-o chá, estou a caminho. — Respondeu sem ao menos tirar seus olhos do vidro. 

O jovem Huang se levantou, passando a mão sob sua calça para desamassá-la e colocou um sorriso no rosto antes de entrar em um dos cômodos do castelo que estava vazio, havia apenas uma tela branca e plástico no chão para que nada se sujasse. No canto da sala haviam alguns quadros pintados, dentre eles alguns não finalizados. 

Assim que adentrou a sala, pôs seus olhos sob o garoto dos cabelos rosa que o esperava em pé com uma maleta no chão e um garoto bem magrinho ao seu lado parecendo bem ansioso.

Jisung apenas soube que estavam indo servir ao rei quando chegou no castelo, suas pernas ficaram bambas, quase não acreditou que aquilo realmente estava acontecendo, se soubesse, teria arrumado melhor seus cabelos castanhos que amanheceram rebeldes.

— Você deve ser Na Jaemin, correto? — Renjun chamou a atenção de ambos, que se viraram de imediato para si. 

O artista vestia uma túnica marrom claro bem simples que iam até suas coxas, suas mangas iam até os cotovelos e havia pequenos detalhes costurados nas mangas e abaixo da gola. Seu aprendiz não estava muito diferente, porém sua túnica era verde-bandeira. 

Ambos os rapazes usavam calças marrons como da época, largas até os joelhos e justas a partir dali. 

Enquanto estavam bem-vestidos de sua forma, o rei os humilhava sem piedade com seu traje real azul marinho, muito semelhante ao que usava em sua coroação.

— Vossa majestade. — O rosado fez uma reverência e seu aprendiz o acompanhou. — É um prazer conhecê-lo.

— Deve ter ficado surpreso que estou no lugar de meu pai agora, certo? Soube que o telegrama que lhe enviaram fora escrito antes da morte de papai. — O menor dos três fez um gesto com as mãos, indicando-os a se sentarem.

Jaemin lhe deu um sorriso, e que sorriso lindo o garoto havia, poderia derrubar exércitos com ele. 

— Poderia saber para que tenho a honra de estar diante de vossa majestade? — Perguntou tentando conter sua ansiedade. 

O Park apenas ficou em silêncio assim como seu mestre havia lhe mandado antes de adentrarem o palácio.

— Oh, claro. — O mesmo servo de antes voltou com uma bandeja em mãos, colocando-a numa mesinha por perto, servindo chá para os três ali presentes. — Pra ser sincero, essas pinturas são minhas.

O loiro apontou para os quadros no canto do local. Seu servo fez uma reverência e logo se retirou.

— Fiquei sabendo que o senhor tem um belo olho para arte. Papai gostaria de pedir que pintasse o nosso jardim, está carregado de flores no momento e todos os dias ao meio-dia borboletas coloridas se juntam sob a fonte. — Continuou explicando após dar um pequeno gole no chá.

Jisung observava os quadros do atual rei, não sabia porque estava ali sendo que sua majestade era muito mais talentosa que ambos ali. Foi então que notou que por trás da janela tinha uma vista esplêndida do jardim que acabara de ser mencionado.

— Será que conseguiria pintá-lo trazendo sua essência no quadro?

— Farei o meu melhor, majestade. Quando começo? — Perguntou o Na com a xícara em mãos.

Tomou um gole do líquido quente amarelado, nunca havia tomado nada tão saboroso quanto aquele chá. Realmente, a realeza sempre tem tudo do melhor e mais caro, ele nunca poderia sonhar em ter coisas tão chiques.

— Pode começar agora mesmo. Agora se me dá licença, tenho afazeres. — O loiro se levantou e saiu do cômodo.

Jaemin se levantou e virou seu tronco para olhar Jisung, que o observava boquiaberto.

— Isso está mesmo acontecendo, senhor?

— Presumo que sim. É bom tê-lo comigo neste momento, logo você tomará meu lugar. 

Passado duas horas, Jaemin já estava na metade do quadro, porém sentia uma leve dor em seu pulso direito, dor essa que sempre vinha quando se esforçava demais. 

O moreno o observava atentamente a cada detalhe que pintava, seus bancos estavam muito próximos e chegava até mesmo a ser irritante para Jaemin ouvi-lo suspirar e fazer comentários baixinhos para si mesmo.

O rei voltou assim que terminou seus afazeres, querendo analisar como estava ficando sua obra de arte. O pintor nem ao menos percebeu sua presença até que ouvisse sua voz.

— Da próxima vez, venha sozinho. — Sussurrou sob o ouvido do outro ao inclinar seu corpo para frente. Para sua sorte, Jisung estava prestes a dormir logo ao lado, então acabou nem mesmo notando sua presença. — Segunda-feira às 10.

Voltaram então para casa com seus corações aquecidos, a recompensa que o rei havia proposto havia sido muito boa, e se pode-se dizer, seus bolsos ficariam gordos de tanta riqueza que jamais sonharam em ter.

— Devemos celebrar? — O mais baixo perguntou com brilho nos olhos, recebendo um olhar esquisito de seu companheiro.

— O senhor sabe que eu não bebo. — Respondeu simples, revirando os olhos.

— Qual é Jisung, você já tem dezessete anos, já pode começar a beber. Vamos, é por minha conta.

O moreno suspirou e apenas concordou silenciosamente, seguindo o rosado até uma taverna que o mesmo frequentava de vez em quando. O local era um tanto escuro, sendo iluminado apenas por algumas tochas nas paredes.

O mais alto se sentou à frente de uma mesa perto de um dos cantos do local, vendo o mais velho vir até si com duas canecas cheias de bebida nas mãos e um sorriso grandioso.

— Anda, beba antes que esquente! — Lhe entregou um dos copos e então brindaram, a energia do Na contaminando o jovem. 

Jisung fez uma careta ao que sentiu o gosto do álcool atingir sua garganta, era amargo e esquisito, nunca havia bebido nada na vida que fosse tão diferente assim.

— Como consegues beber isso? — Perguntou o Park com uma feição de nojo.

— Isso? Jamais desrespeite a bebida sagrada novamente, ela cura até mesmo corações partidos, certo? 









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