06 - VOLUNTARY HOSPITAL

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ᴴᴼˁᴾᴵᵀᴬᴸ ᵛᴼᴸᵁᴺᵀᴬ́ᴿᴵᴼ

NÃO CONSIGO ME MEXER

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NÃO CONSIGO ME MEXER. Não consigo se quer piscar. Nunca senti tanto medo e nojo na minha vida. Já tinha matado pessoas no exército, mas com armas ou granadas de longe. Faziam uns cinco minutos que eu estava paralisada encarando o homem com a garganta dilacerada em minha frente. Eu queria me mexer eu juro que eu queria, mas eu não conseguia. Nem meus dedos do pé, ou os das mãos que estavam totalmente encharcados, assim como o resto do meu corpo.

Depois dos minutos mais torturantes da minha vida consegui levantar a cabeça, me deparando com um espelho que mostrava o que eu menos queria ver no momento. Eu estava seminua, minhas roupas íntimas que antes eram brancas agora estavam tingidas pelo sangue do homem. Meu cabelo desgrenhado e as roupas que usava antes atrás do corpo sem vida. E atrás de mim, meu pai.

— Por que está chorando? Você matou ele, fez o mínimo que devia nessa situação. — minhas mãos tremiam de forma incontrolável — Sabe por que ele tentou fazer isso? Porque você é uma piranha. Uma prostituta oferecida, sedenta por atenção. Você não queria namorar por aí com qualquer um? Por que se afastou dele quando tentou te beijar? — seu olhar era o mesmo, vazio porém profundo. Que doía em qualquer um.

Eu queria responder, eu juro que eu queria, mas respirar era uma das tarefas que mais estava sendo difícil no momento.

Meus olhos tremiam até finalmente se abrirem. Passei a mão por todo meu corpo sentindo o biquíni ali. O short, o casaco fino. Está tudo bem, não tudo, mas eu estou bem. Eles dois não estão aqui, os dois estão mortos e não podem me machucar.

Sem cochilos durante a tarde a partir de hoje.

Levantei da cama e me olhei no espelho uma última vez sem me importar em arrumar a cama. Meu primeiro jogo sem meu uniforme da sorte, como vou colocar medo em alguém agora? Saí do quarto indo até o salão principal, que por sinal já estava inteiramente cheio. Ouvi gritos falando coisas como "Uma nova arena de jogos foi localizada na região de Shinagawa!" ou "os carros estão no segundo estacionamento!".

Todos estavam eufóricos se juntando no salão para ver o chapeleiro. O mesmo apareceu como uma celebridade sendo aplaudido por todos seus fãs.

— Companheiros! Chegou a hora novamente. Está noite, não precisam temer nada! Esta é uma batalha feroz contra o medo. Todos aqui tem a bravura, pra superar obstáculos. A partir de agora, todos aqui devem agir como um só time. Vamos conquistar todos as cartas para voltarmos juntos ao mundo real. Portanto, agora só depende de nós! — O homem termina seu discurso emocionante fazendo a maioria comemorar como se estivessem indo à um show

Olhei o papel em minha mão tentando me localizar.

— Então a gente está em um exército com a missão de juntar cartas? — escutei uma voz ao meu lado e percebi ser o garoto do jogo das portas

𝑬𝑵𝑫 𝑮𝑨𝑴𝑬 | 𝑆ℎ𝑢𝑛𝑡𝑎𝑟𝑜̃ 𝐶ℎ𝑖𝑠ℎ𝑦𝑎 (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora