𝑬𝑵𝑫 𝑮𝑨𝑴𝑬 | 𝗞𝗜𝗠𝗜 𝗪𝗔𝗧𝗔𝗡𝗔𝗕𝗘 é uma mulher bem sucedida em sua profissão, mesmo com toda sua infância e adolescência traumática. Tendo o dever de ser mãe de sua irmã aos 24 anos mas finalmente chegando na fase mais feliz de sua vida, K...
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SAUDADES. Não era a primeira vez que eu me via chorando no banho, sempre pelo mesmo motivo. Eu só queria ver minha irmã, abraçar ela de novo, brincar com ela, pentear seus cabelos, xingar ela quando falava que um dia eu namoraria o Chishya, estar com ela. Eu só queria voltar pra casa. Não essa casa, a casa vazia. Quero voltar para minha irmã. E eu vou voltar para ela.
Saí do banho colocando um vestido vermelho de alcinha. Um vestido que usaria se fosse jantar fora ou algo do tipo. Mas no momento era uma das minhas únicas roupas limpas. Já tinham se passado alguns dias desde o jogo dos símbolos, só fiz questão de lavar meu amado uniforme. Não é muito fácil achar locais com água por aqui. Minha maior dificuldade no momento era entender que dia era hoje e quanto tempo faz desde que cheguei aqui. Eu até contaria pela quantidade de cartas que tenho, mas só abro a caixa em questão de vida ou morte.
Andei descalça até meu quarto enquanto secava o cabelo com a toalha. Refiz o pequeno curativo no braço, já estava quase cicatrizando. Não estava mais doendo tanto, mas nunca se sabe. Abri a pequena caixinha guardada no fundo do meu closet, com todas as sete cartas. Sinto que no final elas ainda vão ajudar em alguma coisa. Não acho que vão me levar pra casa. Talvez desbloquear uma fase nova ou algo do tipo.
Fui tirada de meus pensamentos ouvindo o barulho de carros. Olhei pela janela do quarto e percebi vários carros rodeando o quarteirão. Não era difícil de percebem que estavam juntos. Apenas ignorei e fui comer algo.
Abri o armário da cozinha vendo várias das comidas que tinha roubado do mercado alguns dias atrás. Uma pior que a outra para um café da manhã. Peguei um potinho com bolo de chocolate e me sentei na mesa.
A sensação de ter alguém te observando é totalmente normal nesse mundo. E na maioria das vezes não tem ninguém, nas outras, você apenas não consegue enxerga-los. E dessa vez, só percebi que era a segunda opção quando olhei para trás e vi a porta entreaberta. Merda. Parece que não estou mais sozinha. Levantei me aproximando lentamente da porta, até sentir um ar diferente bater em meu cabelo. Me virei com o propósito de disferir um soco em seu rosto, mas sinto minha mão ser segurada e algo ser quebrado sobre a minha cabeça do lado de trás. Antes de sentir minha visão escurecendo consegui ver a calça camuflada.
Acho que eu não era mais a única com benefícios.
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