Pareceu estranho estar no bar ao meio dia. Curt concordou em vir e dar uma ajuda na reciclagem de Mojo. Joey tinha gostado do cara de imediato. Ele não sabia quais eram as raízes de Mojo, mas a combinação era incrível. A pele marrom clara do homem era impecável. Sua cabeça raspada parecia quase brilhar na luz do bar.
— Você vai me fazer ficar com ciúmes novamente — Curt disse em seu ouvido quando ele se debruçou em cima do bar.
— Por quê? — Joey perguntou inocentemente.
— Porque você tem olhado fixamente para esse homem por malditos trinta minutos.
Ele não tinha percebido que tinha sido tão óbvio.
— Desculpe — disse e deu um beijo em Curt. — Estou um pouco envergonhado, mas venho tentado descobrir qual é a etnia dele.
Curt sorriu.
— Não pergunte a ele. Ele vai te manter preso por horas, falando sobre seu povo. O pai dele veio de São Thomas e a mãe dele é do povo nativo.
Curt começou a se retirar, mas Joey colocou uma mão atrás da cabeça de seu amante e o prendeu novamente para outro beijo.
— Você não tem que se preocupar sobre mim te enganando. Não é o meu tipo de homem.
— Mesmo sendo mais jovem e mais bonito? — Curt disse isso como se estivesse brincando, mas Joey podia ver a verdade em seus olhos.
Ele pegou o rosto de Curt.
— Não é possível achar alguém mais atraente que você, e não importa qual é a sua idade, você continuando comigo, está ótimo.
— Eu tenho trinta e sete anos. Você sabia disso? — Curt balançou sua cabeça. — Claro que não sabia. Eu estava amedrontado demais para dizer.
— A sua idade não me incomoda. — Joey deu de ombros. — Além disso, os caras mais jovens com quem eu me encontrava só estavam interessados em sexo fácil, e eu espero por mais. Com você. — Ele adicionou.
O sorriso que Curt lhe deu valeu a pena.
— Obrigado. — Curt disse.
Curt se esticou no cobertor e esfregou a barriga.
— Esse foi um belo de um sanduíche gostoso. Obrigado.
Joey colocou o resto dos suprimentos do piquenique deles para longe. Ele nunca tinha estado no Rivers Park, mas estava impressionado.
— É bonito aqui — ele disse, olhando acima do Rio Arkansas.
— Sim. É a melhor coisa de Tulsa, em minha opinião.
O declive onde eles estavam era suficientemente bem escondidos das trilhas de caminhada e da parte principal do parque, então Joey se deitou ao lado de Curt.
— Nós não seremos presos por isso, não é?
Curt riu.
— Você realmente é de uma cidade pequena. Não. Em Tulsa não é crime abraçar seu amante.
— Provavelmente não é em Lymon também, mas eu não tive oportunidade. — Ele descansou sua cabeça no peito de Curt, deslizando sua mão sob a camiseta que trabalhou a seu modo, soltando da calça jeans de seu amante. — Eu tenho uma entrevista de trabalho marcada para sexta-feira. Você iria se importar se eu ficasse com você novamente?
— Claro que não, eu não me importo. Você não percebeu até agora que estou louco por você?
Joey se esticou para cima e beijou Curt.
— Obrigado, e eu estou louco por você, também. — Ele deitou para trás e deixou seus olhos se fecharem à deriva. Sentia-se completamente satisfeito em não fazer nada além de abraçar o homem pelo qual estava rapidamente se apaixonando. — Provavelmente, deveria trazer April comigo. Nós podemos ficar em um hotel.
Ele sentiu Curt endurecer na menção do nome de April.
— Vocês dois podiam ficar comigo. Eu tenho um quarto disponível para April.
— Obrigado. Eu vou perguntar a ela. — Ele se perguntou se deveria cavar um pouco mais fundo do porque seu amante ficar tenso toda vez que mencionava a April. — Eu acho que você realmente gostará dela. April tem uma mente aberta.
— Isto é bom — Curt murmurou.
Joey deu um suspiro interior. Ele certamente não esperava que tivesse de escolher entre os dois.
— Eu não quero ir para casa — ele disse.
— Então não vá — Curt falou, erguendo Joey até o nível de seus olhos.
— Eu não posso deixar meu trabalho sem aviso prévio. De jeito nenhum que alguém me contrataria se visse isso no meu registro. Além disso, tenho que tomar providências para a mudança das minhas coisas.
Ele quis adicionar April na conversa, mas decidiu não trazer seu nome novamente.
— Então, como é ser um eletricista? — Ele perguntou a Curt.
Esperava que seu amante mordesse a isca e pudessem voltar para o jeito como as coisas estavam antes de ele mencionar a entrevista de trabalho.
— É bom. Todo dia é diferente do anterior, se não por trabalho, então pelo local.
Curt ainda parecia distante.
— O que há de errado? — Ele finalmente perguntou.
— Nada.
— Mentira. De repente é como se você mal pudesse se convencer a conversar comigo. Você preferiria que eu partisse agora, ao invés de mais tarde?
— Não. — Curt sentou-se e apoiou os braços nos joelhos dobrados. — Não estou acostumado a sentir falta de alguém. Não gosto disto. — Curt encolheu seus ombros musculosos. — Espero que se mude para cá o mais rápido possível, ou acho melhor que terminemos.
De onde diabo tinha vindo isso? Joey raramente ficava puto, mas estava rapidamente chegando ao ponto. Ele levantou e começou a pegar suas coisas. Tentou puxar o cobertor debaixo de Curt, mas seu amante não se moveu.
Desistindo, soltou o cobertor e deixou a cesta de piquenique cair para o chão.
— Não importa. — Ele começou a ir embora, mas voltou. — Você sabe o que é? Você é um idiota. Sabia que eu tinha uma entrevista marcada. Que estou fazendo planos para me mudar para cá, e ainda não é suficiente. Bem, vai se foder.
Ele saiu correndo até a casa de Curt. Sabia que teria que partir sem sua mala, mas algumas coisas eram mais importantes. No momento, para ficar longe das palavras pejorativas de Curt, valia a pena perder um par de calças de couro caras.
No momento que ele chegou à casa de Curt, estava respirando fortemente. Pescou suas chaves para fora do bolso e pulou em seu Jetta. Enquanto fazia seu caminho para a interestadual, as lágrimas começaram. Talvez eu não devesse ter fugido assim. Curt era a melhor coisa que já tinha acontecido a ele, mas melhor coisa ou não, ele se recusava a permitir alguém ditar ultimatos.
Assim que ele virou a esquina, o coração de Curt despencou. Esperava que Joey estivesse sentado na varanda da frente, esperando para ser permitido entrar na casa. Com o orgulho e a alegria de Joey faltando na calçada, ele sabia que seu pequeno homem tinha escapado.
Destrancou a porta e se jogou no sofá. Por que diabo disse aquelas coisas? Certo, ele odiava que Joey o estava deixando novamente, mas sabia que o homem estava tentando. A situação inteira o lembrava demais de sua relação com Peter. Curt estremeceu. Ele não pensava sobre Peter há anos.
Seu ex-companheiro era exatamente a razão por que ele jurou nunca mais se apaixonar. Teria se apaixonado por Joey? Merda. Ele soube assim que ele perguntou a si mesmo. Começou a perguntar se importunou seu amante de propósito. Talvez fosse melhor que Joey o deixasse agora, antes que seu amor crescesse muito para desistir dele.
Então por que é que me sinto como merda? Ele se levantou do sofá e foi para o chuveiro. Se não tinha Joey para entreter, poderia também ir para o Maverick. Podia sempre usar o dinheiro extra e, além disso, podia também ter algum tipo de distração.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Primeira Vez de Joey (Romance Gay)
Roman d'amourEssa é uma história da autora estadunidense Carol Lynne, que nunca foi publicada oficialmente no Brasil. Existe uma tradução ruim que sempre rolou pela internet, mas revisei tudo e estou postando aqui. Viver na pequena cidade de Lymon, Oklahoma, não...