capítulo 20-atrasada

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Marília

"Pronto, terminei." Ouvi Maraisa dizer e senti um aperto
no coração só de imaginar a dor que ela serntiria ao ouvir
a notícia. Tive que ser forte o suficiente para ela e tentar
amenizar sua dor o máximo possível. Rapidamente
enxuguei minhas lágrimas e me recompus.

-Então, o que o veterinário disse? - ela perguntou assim
que entrou na sala. Parecia um pouco mais calma.

-isa vem cá. - disse e a puxei para perto de mim. Tirei
seus cabelos do rosto e o segurei firmemente com minhas
mãos - Ele disse que o Ralf foi envenenado. - Assim que
eu falei seu rosto ficou vermelho, sua boca trêmula
e lágrimas encheram seus olhos - Então tivemos que
colocar ele para dormir, sem dor e sem sofrimento.

Nesse momento Ihe abracei tão forte como se isso fosse
diminuir sua dor. Não falei mais nada, apenas ouvi seu
choro baixo, senti seu corpo tremer a cada soluço e
percebi seu olhar para o corpo do Ralf com tristeza.

Quando saímos do veterinário fomos dar um descanso
para o Ralf. Maraisa pagou por uma cremação individual
para ele, não discordei dela, sabia que isso ajudaria a
diminuir sua dor. Fiquei do lado dela a todo o momento.

Já era fim de tarde quando chegamos na praia preferida
do Ralf segundo Maraisa. Ela chamou seus amigos e eles
vieram lhe fazer companhia, também vieram o Henrique e a
Luisa. Maraisa estava comigo um pouco mais conforrmada
e tinha com ela o pote com as cinzas do Ralf.

- Quer que eu jogue as cinzas no mar? - perguntei a ela.

-Não, pode deixar comigo.

Pegou as cinzas e fomos para a beira da praia. Me
entregou a tampa e então começou a despejar lentamente
as cinzas no mar. Quando derramou tudo, me entregou
o pote e voltou a ficar de frente pro mar, olhando para
frente sem falar nada.

-Tá tudo bem? - perguntei e pus a mão em seu ombro.
-Ta. Só quero ficar um pouco mais aqui.

-Tá bem.- disse e permaneci do seu lado.

- Marília, por favor, eu quero ficar um pouco sozinha.

-Ah.. Tudo bem. - Então me afastei aos poucos e fui para
perto dos outros.

Ficamos sentados na areia esperando e ela ficou lá, em
pé, olhando pro mar sem se importar com nada, acho
que se um tsunami se formasse a sua frente ela nem se
importaria.

-Ei.. Maiara me chamou e tocou em minha mão - Ela
gosta de ficar sozinha quando tá triste, mas tá tudo bem.

-Não gosto de ver ela triste.

-Eu também não. - falou e olhei para ela.

- Por isso que você me odeia, né? Por aquilo que eu fiz?-
Suspirou e sentou abraçando suas pernas.

- Eu não te odeio e nāo sou eu quem tem que gostar de
voce. Mas, ela já sofreu bastante, não precisa de mais
ninguém pra fazer ela sofrer mais.

-Eu imagino.

Ela já sofreu mais do que você imagina...

Fiquei pensando nisso enquanto olhava para isa, o
que mais ela pode ter sofrido? Só isso que eu sei já é
destruidore pensar que ainda tinha mais além disso. Mas
achei melhor eu saber de tudo só por ela.

-Obrigada por ter me dito isso. - disse e ela me deu um
pequeno sorriso.

-Também vou sentir saudades do Ralf. - o Juliano
comentou.

-Então o que vamos fazer agora? - Ouvi Luisa perguntar.
-Vamos beber. - Henrique falou.

-Henrique, é um momento difícil pra ela, vamos respeitar,
por favor. - disse e eles ficaram em silêncio. - Ei... - chamei
a atenção dele novamente. Ela já demitiu a faxineira,
mas eu quero que você investigue isso por mim. - falei
baixo e ele assentiu.

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