Após o acidente na qual perdeu sua mãe, Lina se ver perdida após se obrigada a sair de sua terra natal e embarca em uma aventura do outro lado do oceano. Com isso, surgem novas amizades, intrigas e principalmente amores, além disso ela terá de que e...
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O tintilar dos talheres nos pratos logo pela manhã era irritante. A julgar pelo falatório do qual eu também não sentia a mínima vontade de participar, aquele era o menor dos problemas para alguém que desejava apenas um instante de silêncio. Remexi os ovos mexidos no meu prato com desinteresse, tentando ignorar que até aquele ato estava consumindo cada restinho da minha paz.
Estou na casa do meu pai não sei a quantos dias, mas sei que é o suficiente para me fazer surtar. Eu geralmente gosto de crianças, mas os dois capetinhas que vieram de brinde com minha madrasta eu detestei.
Os gêmeos, Mario e Lorenzo, são os responsáveis pelo meu mau humor, noite passada eles me fizeram perder todas as partidas que eu estava jogando e não me deixaram estudar, alegando que eu tinha que brincar com eles.
--- Pietro, estou saindo agora pro trabalho, que uma carona amigão? --- Amigão? Quem chama as pessoas assim? Parece que está chamando um cachorro! --- Pode ser --- Respondo, pegando minha mochila que estava no chão no canto da cozinha.
Já dentro do carro, olhei para ele. Eu e meu pai estávamos outra vez a caminho da escola, já que todas as manhãs o mesmo insistia em me levar. Era muito difícil decidir o que eu sentia por ele. É complicado, depois da separação ele mudou totalmente comigo, as vezes, acredito que ele nem percebe.
As coisas ficam mais confusas ainda quando o vejo ouvindo "i was made for lovin' you", do kiss, uma música que meus pais consideravam deles, isso tudo no volume máximo com todas as janelas abertas e às vezes improvisando uma bateria no volante. Talvez fosse muito complicado pensar nele como o cara que destruiu o coração da minha mãe. Além disso, ele cantava muito mal.
Eu me apoiei na porta, deixando meus olhos se fecharem só por um segundo. Tinha ficado acordado até tarde pensando em meu pai e em sua nova família, e depois um grupo de turistas bêbados passaram e ficaram em frente de casa na maior farra. Eu tinha dormido uns quatro minutos.
--- Ei, Pietro. --- Abro os olhos. --- Já chegamos, antes de você descer eu queria conversar com você, é rápido. --- Ok.. --- Bom... você sabe que eu e sua mãe tentamos né? A gente fez de tudo para dar certo, só que infelizmente não saiu como nós planejamos. --- Eu sei. --- Já não estava mais dando certo, tivemos que colocar um ponto final, já estava cansativo para todos nós. --- Eu sei disso, só não entendo o porquê do seu "ponto final" --- Digo fazendo aspas com os dedos. --- foi ser traindo ela. --- Eu sei que errei.. --- Será que sabe mesmo?
Sem dar tempo pro meu pai responder, saiu do carro, deixando ele pra trás.
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--- LINA! me espera doida. --- Oi Pietro, não tinha te visto. --- Eu percebi. --- e como foi o final de semana no seu pai? --- Você ainda pergunta? Foi insuportável! --- Digo fazendo uma cara de tédio, mas logo mudando pra um sorriso. --- Linda, O que você acha de matarmos aula? --- Assim do nada? --- Bom, eu geralmente chamo o Giulio pra essas coisas, mas hoje, eu te dou a honra de ter a minha companhia pela manhã toda. --- Desde quando isso é uma honra? --- Lina diz debochando de mim. --- A por favor Lina, eu sei que você me ama. Vai, topa por favor, hoje eu não tô legal. --- Anda logo então Pietro. --- Lina fala e logo em seguida se levanta, involuntariamente abro um sorriso e começo a andar atrás dela.
Agora já estamos um pouco afastados da escola e não fazíamos a mínima ideia de o que fazer.
--- Tá, o que vamos fazer? --- Você quem sabe linda. --- Você que me chama e eu que tenho que saber?! --- Na minha cabeça eu pensei que você não ia topar, tipo, você é prima da Livia, você não devia tá fazendo essas coisas. --- Na sua cabeça você tá errado e eu te garanto que sou bem diferente de Livia. --- Não precisa pensar muito pra saber disso. --- Digo lançando uma piscadela pra ela, e a mesma da um leve sorriso.
