𝑻𝒉𝒆 𝒏𝒆𝒘 𝒈𝒊𝒓𝒍 - 𝐏𝐢𝐞𝐭𝐫𝐨 𝐌𝐚𝐠𝐠𝐢

1.6

                                                8 de agosto.

Tem um garoto.
Seu nome é Romeu, e seus olhos são um castanho tão escuro que parece um chocolate, um chocolate amargo pra ser específico. Sua personalidade me lembra o mar, tão agitado e misterioso.

Eu sempre gostei muito do mar, sempre fui curiosa com tudo sobre ele, mas também sempre tive medo de sua profundidade e do que ele esconde. Podemos até comparar o mar com o amor, sabe? Aquele sentimento bom. Mas isso só quando estamos no raso, isso é, na parte onde conhecemos e onde ainda podemos enchergar a areia nos pés, é aconchegante escutar o seu barulho, é leve; Mas é amedrontador, principalmente quando estamos muito no fundo e não conseguimos saber o que está por vim.

O mar é lindo pra quem sabe nadar e reconhecer os seus perigos. Um bom nadador sempre vai apreciar sua beleza, independente da profundidade, já um amador, irá se afogar mesmo estando no raso.

Por isso, eu volto pra areia, eu te deixo, eu te liberto. Por não saber nadar eu prefiro não arriscar, pode doer, pode ser sufocante. Mas não pode ser pior do que me afogar.

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Na direção do horizonte, é possível ver as ondas quebrando. Na areia, era possível avistar uma menina com longos fios que pareciam estar encharcados de água e cheios de areia. Além das ondas, havia uma bela moça em uma prancha vermelha. Mais especificamente, uma morena com longos cabelos cacheados, assim como os da menina, e uma pele bronzeada que causa inveja.

O fim. É algo que ninguém sabe como é, não se sabe as sensações e nem o que vê, simplesmente acontece.

Ainda de longe, é possível ver a grande onda indo em direção à morena. Ela avança, e dentro da onda, é possível ver a espuma branca misturando-se com o azul do mar. A onda se fecha em um tubo magnífico, com a moça dentro.

Da areia, é possível ver a jovem comemorando por aquela onda perfeita, ou quase perfeita.

Ninguém parecia esperar o pior daquela onda, até porque era impossível, certo?

A morena era uma surfista profissional. Como uma onda daquela poderia dar um fim em sua esperança, nos seus sonhos, na sua vida?

Às 08:57 da manhã daquele mesmo dia, Carolina Miller viu sua mãe desaparecer no mar. E às 10:01 do mesmo dia, seu corpo foi encontrado no mar.

Quando jovem, Mariana fugiu da imensidão do mar, ela voltou pra areia, mas dessa vez, ela não voltou.