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O dia ocorreu devagarosamente. Sinceramente, hoje eu estava em outro lugar, eu não conseguia me concentrar em nada por muito tempo, tudo pra mim naquela sala, naquele espaço, no qual parecia estar cada vez menor, tirava minha tranquilidade, a voz da professora se tornava cada vez mais agoniante em meus ouvidos, falando inutilidades nas quais eu nunca vou utilizar na vida. Eu odeio estar assim.

--- Ei, vamos! A aula acabou. --- Sinto que fui cutucada por Livia, eu levanto na maior velocidade possível, eu não aguentava mais aquele lugar.

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--- O que aconteceu? Você estava meio aérea hoje? - Pergunta Livia na saída da escola, eram 11:40.
---A aula estava uma tortura na minha cabeça. --- Dou uma pausa --- A voz da professora estava consumindo meu cérebro. --- Continuo.
--- Tem certeza de que é só isso?
--- Sim, fica tranquila, eu tô bem. - Falo, com um breve sorriso no rosto que é retribuído por Livia.

Não, eu não estou bem.
É isso que tenho vontade de dizer.

--- EI, MENINAS! --- Pietro gritou enquanto corria empurrando sua bicicleta junto com Giulio. --- Meu deus! Vocês andam muito rápido.
--- Acho que vocês que são lerdos demais.
--- Sai pra lá, bobona. --- Diz Pietro zombando claramente da cara de Livia.
--- Ei! Lina! Olha como o seu namorado fala comigo. --- Sinto minhas bochechas queimarem como fogo, e na minha frente posso ver Pietro da mesma forma, além de conseguir ver os cantos de sua boca se curvando em um sorriso tímido.
--- Aí que fofos, olha isso Livia. --- Diz Giulio zombando de nossa cara.
--- Já chega vocês dois, daqui a pouco Livia explode.
--- Ei! Você também não tá ajudando, Maggi.
--- Foi mal Linda, mas é a verdade. --- Pietro diz em um sussurro que tenho a leve impressão de que Livia escutou.
--- Bom, como eu ia dizer, vinhemos perguntar se vocês vão assistir o jogo de amanhã.
--- Aí meu deus! Já é amanhã?
--- Eu te falei várias vezes Li, mas você anda no mundo da lua ultimamente.
--- Pietro, temos que ir treinar.
--- Era só isso que queria perguntar pra vocês. Até logo, Linda --- Diz Pietro se aproximando do meu rosto e deixando um beijo em minha bochecha corada. --- Até. --- Respondo em um tom baixo.
--- Tchau Livia.
--- Até logo, meninas.

Enquanto vejo eles se afastando com suas bicicletas, me viro calmamente para Livia esperando a chuva de comentários.

--- Aí meu deus, vocês são tão lindos juntos!
--- Não começa, Livia, por favor.
--- " Até logo, linda", O que foi isso?!
--- Foi a gente se tratando como bons amigos.
--- Amigos com privilégios, né?!
--- LIVIA! limites! E nunca fizemos nada. --- Digo rindo.
--- Poxa, nem um beijinho?
--- Não e nem vai rolar, Prima.
--- Por quê?
--- Livia, você e Pietro tiveram um passado juntos, vocês podem não ter sentimentos um pelo outro agora, mas ainda é estranho. Você é a minha prima, minha melhor amiga e minha família, eu não seria capaz de fazer isso.
--- Lina. --- Diz Livia parando de andar e logo paro também. --- Não tem problema nenhum em você querer te algo com Pietro, você sabe que não me incomodo e que inclusive apoio vocês.
--- Não sei, Livia, é tudo tão confuso. E os exemplos de relacionamento que já vi por aí não foram os melhores.
--- Prima, Cada pessoa funciona à sua maneira, ao seu tempo. Umas rápidas demais, outras devagar demais e está tudo bem, de verdade! Você não pode ditar o tempo de um futuro acontecimento ou relacionamento comparando aos dos outros porque... porque se apaixonar não funciona assim, envolve muito mais coisa.

Deixei meu olhar cair pensando sobre.
Até que Livia tinha razão.

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"– Não – disse o príncipe. – Eu procuro amigos. Que quer dizer “cativar”?
– É algo quase sempre esquecido – disse a raposa. Significa “crias laços”...
– Criar laços?
– Exatamente – disse a raposa. – Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
– Começo a compreender – disse o pequeno príncipe. – Existe uma flor... eu creio que ela me cativou..."

Sentada no parapeito da janela do quarto, Lina se encanta cada vez mais com "Pequeno Príncipe". Além do livro em sua mão e do moletom quentinho, havia uma caneca - que tinha a frase típica e extremamente brega "i love new York" - com chocolate quente. Esse era um dos poucos dias em que a garota poderia saborear algo quente sem sentir calor.

Do lado de fora, a chuva molhava a grama bem cortada do jardim, e também era possível escutar - de longe - o barulho das ondas do mar. Tudo isso contribuiu para a calmaria da garota, que nos últimos dias andava tão inquieta.

Já em outro bairro, as lágrimas quentes desciam pelo rosto de Pietro. Sentimentos confusos, confusões familiares e principalmente dores internas eram o que machucava o garoto, que chorava em seu quarto escuro.

Aparentemente, os dias em Marina Piccola andam tristes.

 𝑻𝒉𝒆 𝒏𝒆𝒘 𝒈𝒊𝒓𝒍 - 𝐏𝐢𝐞𝐭𝐫𝐨 𝐌𝐚𝐠𝐠𝐢Onde histórias criam vida. Descubra agora