Plataforma 7, Metrô 214, Banco 14
Era exatamente este metrô no qual eu ia para chegar à escola, diariamente. Até que certo dia, um cara aleatório começa a fazer parte da minha rotina. Cabelos roxos, olhos violetas e um olhar desistente com olheiras...
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ato. 1 -Este é apenas o começo
(isso é apenas o começo)
Hitoshi Shinsou
Meu dia sempre começa cedo. É cinco e meia e já estou pronto para caminhar.
Ultimamente minha mente está uma bagunça completa. Ainda estou tentando convencer minha mãe que me inscrever na U.A é uma boa ideia. Confesso que é meio deprimente minha própria mãe achar que minha individualidade não é adequada para mim ser um herói. Eu sei que ela se preocupa, mas poxa, assim como todas as outras pessoas que querem ir pro curso de heróis, eu jamais faria mal à alguém. Muito pelo contrário, eu quero fazer o bem para as pessoas, salvar vidas.
Até hoje a única pessoa que me apoiou nesse sonho foi uma menina no maternal, provavelmente porque nós tínhamos uns cinco anos. Já os adultos, sempre me disseram que eu seria um bom policial, programador, médico ou até modelo. Mas NUNCA falaram que eu seria um bom herói. Isso dói, a única coisa que ganhei com isso foi motivação pra esfregar na cara de todos que eu vou ser herói – e ganhei algumas olheiras também.
Saí de casa e dei várias voltas nos quarteirões. Eu gosto de observar as paisagens, mesmo que elas sejam horrorosas. Ao menos, é um passatempo bom para uma mente tão perturbada.
Depois de um bom tempo dando voltas e voltas, decidi que era hora de ir para casa. Afinal, eu tenho que ir para a escola, ainda. Caminhei em direção ao local. Ao adentrar na sala, dei de cara com a minha mãe. Ela parecia estar furiosa.
— Hitoshi, que livro é esse? — minha mãe me abordou assim que me aproximei. Senti meu interior se revirar, já imaginando o que ela teria encontrado no meu quarto.
— Bom dia, mãe. Quer que eu faça uma omelete para você? Ou torradas? — fugi do assunto.
— Responda agora, Hitoshi. Que livro é este que achei no seu quarto?
Droga.
— Ensinamentos Básicos para Heróis, peguei na biblioteca da escola. Não é como se um livro fizesse eu virar o Eraser Head do dia pra noite, não tem pra quê esse show todo.
— Quantas vezes nós já conversamos sobre isso? Eu fiz questão de te recomendar em várias faculdades para te dar do bom e do melhor, enquanto você me trai dessa maneira! — ela começou a chorar. Suas lágrimas não me comovem, eu sei que no fim das contas, ela só quer que eu me sinta culpado — O que foi que eu fiz pra merecer uma coisa dessas? Me fala Hitoshi, por que você faz isso comigo? É a nossa oportunidade! Você precisa ser médico ou advogado, ser herói não vai te levar a caminho nenhum!
